EFICIÊNCIA DE UMA MISTURA DE SURFACTINA, ITURINA E FENGICINA PARA APLICAÇÕES NA INDÚSTRIA DO PETRÓLEO
Resumo
Surfactantes sintéticos são compostos tensoativos essenciais na indústria do petróleo, onde são largamente usados desde a produção de óleo à limpeza de derramamentos, passando por toda cadeia produtiva do petróleo e derivados. Os surfactantes naturais são reconhecidamente menos tóxicos e apresentam maior biodegradabilidade que os surfactantes sintéticos, sendo ambientalmente mais seguros. Portanto, o intuito desse trabalho foi avaliar a eficiência de uma mistura de biossurfactantes produzida pela estirpe da bactéria Bacillus sp. TIM49 em atividades de interesse da indústria do petróleo. A produção de biossurfactantes foi feita em meio mineral contendo glicose como fonte de carbono e após 48 h de cultivo a detecção de tensoativos no sobrenadante da cultura foi confirmada pela atividade de emulsificação de uma mistura água-querosene. A purificação dos biossurfactantes presentes no sobrenadante da cultura foi feita por precipitação ácida seguida de ressolubilização em água e a composição foi determinada por espectrometria de massas (ESI-Q-TOF MS). A preparação foi utilizada para verificar a eficiência para reduzir a tensão superficial da água, para remover óleo derramado em areia de praia e para inverter a molhabilidade de rocha carbonática. O sobrenadante enriquecido com biossurfactantes foi capaz de remover mais de 90% de óleo impregnado em areia de praia e foi capaz de dispersar uma camada de óleo derramado em água do mar de forma imediata e irreversível. A preparação apresentou atividade emulsificante do tipo água/óleo e reduziu a tensão superficial da água para 27 mN/m. Possui ainda a capacidade de inverter completamente a molhabilidade de pó de calcita depositado em água. A caracterização por ESI-Q-TOF MS identificou uma mistura de lipopeptídeos contendo isoformas pertencentes às famílias surfactina, iturina e fengicina, biossurfactantes capazes de competir com os produtos sintéticos utilizados atualmente na indústria do petróleo.Publicado
2019-01-01
Edição
Seção
XXXVIII Encontro de Iniciação Científica
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