ENCALHES DE TARTARUGAS MARINHAS NO NORDESTE BRASILEIRO: UM BALANÇO DO INSTITUTO VERDELUZ PARA O ESTADO DO CEARÁ

Autores

  • Helio Marques Teixeira Moreira
  • Ícaro Ben Hur Moreira Pinto Menêzes
  • Caio Anderson Domingos da Silva
  • Luisa Marcellah de Jesus Santos Silva
  • Caroline Vieira Feitosa

Resumo

Das cinco espécies de tartarugas marinhas que ocorrem no Brasil, quatro utilizam o litoral do Ceará para alimentação e/ou reprodução. Estes organismos tornam-se extremamente vulneráveis às atividades humanas (e.g. pesca, poluição) em decorrência da sua ocorrência próximo à costa, intensificando, assim, o encalhe desses animais ameaçados de extinção. O objetivo do estudo é divulgar à comunidade científica e à população em geral as ocorrências de encalhes de tartarugas marinhas no estado do Ceará ocorridos entre 2016 e 2019. A amostragem dos encalhes foi realizada por meio de monitoramentos de praia no litoral leste de Fortaleza, por voluntários do Instituto Verdeluz, e de informações de parceiros via mídias digitais, durante os meses de fevereiro de 2016 a novembro de 2019. Foram coletadas informações acerca da espécie do animal e de interação com pesca, de predação ou de contaminação por óleo. Os dados foram tabulados no software Excel. Foram registrados para o estado do Ceará um total de 195 encalhes de tartarugas marinhas, das quais 28 animais estavam vivos. Dentre as espécies de tartarugas marinhas, quatro foram registradas no litoral cearense: tartaruga verde (n=128), tartaruga oliva (n=10), tartaruga de pente (n=9), tartaruga cabeçuda (n=8). Ao todo, 40 indivíduos não puderam ser identificados em decorrência do estado avançado de decomposição. Do total de encalhes, 16 apresentaram indícios claros de interação com pesca, 19 animais estavam oleados e 1 apresentou sinais de predação. A maioria dos encalhes (81,54%) não apresentou interação antropogênica ou natural evidentes. A abundância de algas ao longo do litoral cearense explica a maior ocorrência e consequentemente, maior número de encalhes de tartarugas verdes. A divulgação destes dados ressalta a importância do movimento ambientalista de organizações não governamentais, como o Instituto Verdeluz, na conservação de espécies ameaçadas de extinção, mediante ativismo político e educação ambiental.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XXXVIII Encontro de Iniciação Científica