ESQUIZOFRENIA COMO CAUSA DE ÓBITOS NO BRASIL: MAGNITUDE E CARACTERÍSTICAS SOCIODEMOGRÁFICAS DE 2011-2017

Autores

  • Mirele Coelho Araujo
  • Felipe Silva Araújo
  • Thaís de Sousa Leite
  • Anderson Fuentes Ferreira
  • Isaac Mendes Donato
  • Alberto Novaes Ramos Junior

Resumo

Introdução: A esquizofrenia está inserida em um grupo de distúrbios mentais graves, sem sintomas patognomônicos, caracterizado por alterações de pensamento, percepção e afeto. Embora não haja sintomas específicos, alguns estão presentes na maioria dos casos, como delírios, alucinações e pobreza de discurso. Portanto, para que ocorra o diagnóstico, é necessário que o indivíduo apresente no mínimo um dos sintomas citados. A mortalidade associada à esquizofrenia tem sido pouco estudada, inclusive no Brasil. Objetivo: Caracterizar o perfil sociodemográfico dos óbitos por esquizofrenia no Brasil, 2011-2017. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo do tipo transversal. Foram utilizados dados dos óbitos por esquizofrenia (causas múltiplas) registrados no Brasil entre os anos de 2011-2017, do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), disponíveis no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). As variáveis analisadas foram: sexo, faixa etária, estado civil, cor/raça e escolaridade. Resultados: O total de óbitos no período avaliado foi de 2.890, sendo a maioria do sexo masculino (n=1.718, 59,4%) e idade, com 50 a 59 anos (n=701, 24,2%), seguido por 60 a 69 anos (n=554, 19,1%). A cor/raça com maior expressividade de óbitos foi a cor branca (n=1641, 56,7%), seguida por pardos (n=896, 31%), enquanto o estado civil mais registrado foi solteiro (n=1.727, 59,7%), seguido por pessoas casadas (n=425, 14,7%). A maior parte dos indivíduos (n=658, 22,7%) apresentou de 1 a 3 anos de escolaridade, sendo que 612 (21,1%) eram analfabetos. O ano de 2017 concentrou a maior quantidade de óbitos (n=516, 17,8%). Conclusão: A mortalidade por esquizofrenia representa um evento relevante em saúde pública, com perfil indicativo de vulnerabilidade tanto individual quanto social. Ressalta-se a importância de se fortalecer a atenção integral a esta população, com interfaces consistentes intersetoriais com vistas ao desenvolvimento humano e social.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XXXVIII Encontro de Iniciação Científica