ESTUDO COMPARATIVO ENTRE A PREVALÊNCIA DE COMPLICAÇÕES MICROVASCULARES EM PACIENTES COM DM1 TRATADOS COM TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA AUTÓLOGO VERSUS TERAPIA CONVENCIONAL

Autores

  • Marcelo Kervin Reis Frota
  • Jaquellyne Gurgel Penaforte
  • Carlos Eduardo Barra Couri
  • Renan Magalhães Montenegro Jr
  • Virgínia Oliveira Fernandes
  • Virginia Oliveira Fernandes

Resumo

Estudos demonstram que em pacientes com Diabetes Mellitos tipo 1 (DM1) predomina o mau controle glicêmico, fortemente associado ao risco de complicações, principalmente as microvasculares. Desse modo, o presente estudo propõe comparar a incidência de complicações microvasculares, o controle glicêmico e a preservação de células B de um grupo de pacientes com DM1 submetidos ao Transplante de Medula Óssea Autólogo (TMOA) não mieloablativo com a de pacientes com DM1 submetidos a Terapia Convencional (TC), com insulinoterapia e mudança no estilo de vida. Trata-se de um estudo transversal, retrospectivo, de abordagem quantitativa realizado por meio de coleta de informações a partir de banco de dados do Estudo Multicêntrico em DM1 (BrazDiab), previamente conduzido no Hospital Universitário Walter Cantídio da Universidade Federal do Ceará, na cidade de Fortaleza, e do estudo de seguimento de pacientes previamente submetidos a TMOA não mieloablativo para tratamento do DM1 na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. Após uma mediana de 8 anos de diagnóstico, nenhum dos pacientes tratados com TMOA (n = 24) desenvolveu complicações microvasculares, enquanto 21,5% (31/144) tiveram pelo menos uma complicação (p <0,005) no grupo TC (n = 144). Além disso, nenhum caso de nefropatia foi relatado no grupo TMOA, enquanto 13,8% do grupo TC (p <0,005) desenvolveram nefropatia durante o mesmo período. No que diz respeito à função das células B residuais, a percentagem de indivíduos com níveis de peptídio C mais elevados (IDAA1C ≤ 9) foi cerca de 10 vezes mais elevada no grupo TMOA em comparação com o TC (75 vs. 8,3%) (p <0,001). Entre os pacientes com TMOA, 54,1% (13/24) apresentaram HbA1c <7,0 em comparação com 13,1% no grupo TC (p <0,001). Portanto, pacientes com diagnóstico recente de DM1 tratados com TMOA não mieloablativo apresentaram menor prevalência de complicações microvasculares, maior função residual de células B e melhor controle glicêmico em comparação com o grupo TC.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XXXVIII Encontro de Iniciação Científica