PERFIL GENÔMICO DE PSEUDOMONAS AERUGINOSA MULTIDROGA RESISTENTES ISOLADAS DE PACIENTES COM DIAGNÓSTICO DE INFECÇÃO NOSOCOMIAL NUM HOSPITAL DE ENSINO EM SOBRAL, CEARÁ

Autores

  • Stephanie de Almeida
  • Ludimila Gomes Pinheiro, José Edson Rocha Junior, Marina Rodrigues Silva
  • Francisco Cesar Barroso Barbosa

Resumo

Pseudomonas aeruginosa é uma bactéria gram-negativa, comumente envolvida em infecções hospitalares e pode ser considerada um patógeno oportunista. Esse microrganismo tem sido associado principalmente a infecções do trato urinário, respiratório e gastrintestinal, além infecções ósseas e sistêmicas, sobretudo em indivíduos imunossuprimidos. O surgimento de espécimes multirresistentes tem sido atribuído a sua capacidade de adquirir resistência a quase todas as classes de antibióticos, o que facilita a sua disseminação no ambiente hospitalar e contribui para altas taxas de mortalidade. O objetivo deste estudo foi pesquisar o perfil de resistência antimicrobiana e a frequência dos genes blaTEM, blaSHV, blaCTX-M e blaIMP em isolados nosocomiais de P. aeruginosa. Durante o período de Janeiro a Julho de 2019 foram coletados 24 espécimes de P. aeruginosa isolados de pacientes internados na Santa Casa de Misericórdia de Sobral – CE, com diagnóstico de infecção hospitalar. A identificação e o perfil de sensibilidade dos isolados foram realizados pelo sistema automatizado VITEK®2. A pesquisa dos genes de resistência foi realizada por PCR. Os isolados apontaram altas taxas de resistência à Ceftriaxona (80%), Tigeciclina (80%), Cefoxitina (80%) e Cefuroxima Axetil (73,3%); tendo sido observado menores taxas de resistência para carbapenêmicos, como Imipenem (40%) e Meropenem (33,3%), assim como para as cefalosporinas, Cefepima (33,3%) e Cefuroxima (33,3%). Por outro lado, todos os isolados foram sensíveis à Colistina. Na análise molecular, 58,3% dos espécimes apresentaram o gene blaCTX-M-1/2, 20,8% o gene blaSHV e 4,16% apresentaram o gene blaTEM e o blaIMP, fato este relevante uma vez que o gene blaIMP é apontado pela literatura como raro no Brasil. Portanto, esses dados chamam a atenção para um problema de resistência endêmica, que pode ser atribuído ao uso indiscrimado de antibióticos, cujo controle deve passar pelo aprimoramento das políticas de prescrição de antimicrobianos.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação – PRPPG