VARIAÇÕES ANATÔMICAS DAS VEIAS RENAIS: ANÁLISE DE PEÇAS DO LABORATÓRIO DE ANATOMIA HUMANA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

Resumo

Introdução: O transplante de rim é considerado o melhor tratamento para pacientes com insuficiência renal crônica terminal. Nos últimos anos o número de transplantes aumentou consideravelmente1, garantindo melhor sobrevida e qualidade de vida comparado a pacientes em tratamento dialítico2. No Brasil, os gastos estimados com hemodiálise, diálise peritoneal e transplante alcançaram valores em torno de 2,2 bilhões3. Variações anatômicas dos vasos renais constituem um desafio para cirurgiões durante transplantes renais, estando associado com longo tempo de operação e complicações cirúrgicas4.Diante de tal cenário, o objetivo deste trabalho é relatar dois casos de duplicação das veias renais direita (VRD). Metodologia: Foram utilizados dois rins direito previamente dissecados provenientes do Laboratório de Anatomia da Universidade Federal do Ceará, Sobral. Resultados e Discussões: O primeiro rim (R1) apresentou uma duplicidade venosa, sendo possível a visualização de duas veias renais emergindo de locais distintos do hilo renal, ambas desembocando separadamente na veia cava inferior. No segundo rim (R2) constatou-se a presença de duas tributárias surgindo das extremidades do hilo renal. Os referidos vasos se anastomosaram para formação da VRD.A literatura vigente descreve que a VRD (2-4 cm) é mais curta do que a esquerda (6-10 cm)5.Diante do exposto, o rim esquerdo é o mais utilizado para transplante renal de doador vivo devido ao maior comprimento da veia renal esquerda (VRE)6.Entretanto, caso haja anomalias envolvendo a VRE, a nefrectomia direita poderá ser postulada5. Múltiplas veias renais direita são uma contraindicação para nefrectomia dos doadores (transplante renal), estando associadas com uma maior incidência de trombose venosa do enxerto7. Conclusão: O conhecimento pré-operatório das variações anatômicas das veias renais é de suma importância na realização de anastomoses cirúrgicas, resultando na redução dos riscos de hemorragia e perda do órgão transplantado8.