EXPERIÊNCIAS RELIGIOSA/ESPIRITUAIS E A CONSTRUÇÃO DAS RELIGIÕES: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA COM REPRESENTANTES RELIGIOSOS.

Autores

  • Francisco Miranda Barros Júnior
  • Amanda Rodrigues Severino, Vitória Ferreira de Azevedo, Madyson Matheus Sousa Mororó, Roniel Sousa Damasceno
  • Rodrigo da Silva Maia

Resumo

O presente trabalho propõe trazer um relato de experiência acerca da atividade prática de encerramento, no semestre 2019.1, do Grupo de Estudos em Psicologia da Religião e da Espiritualidade - GEPSIREL, da Universidade Federal do Ceará - campus Sobral. Esta experiência constituiu-se em encontros com líderes de diferentes expressões religiosas da cidade: Católicos, Evangélicos, Espíritas e Umbandistas. Os encontros foram norteados por um roteiro de entrevista que teve como objetivo compreender as diversas experiências religiosas e a construção histórica e institucional das religiões dos representantes convidados. Além do subsídio na formação dos estudantes, haja vista que esta ação proporcionou o reconhecimento da dimensão da religiosidade e espiritualidade do sujeito biopsicosocioespiritual, a mesma causou impacto nos entrevistados, pois possibilitou-lhes um lugar de fala. Para orientação da escuta, foi construído um roteiro de entrevista semi-estruturada, relacionando religiosidade e saúde, religião e enfrentamento de perdas, sofrimento psicológico, temáticas que faziam conexão com os estudos do grupo no semestre. Além dessas, também foi presente a questão do gênero e representação religiosa nas entrevistas com católicos e umbandistas em virtude das discussões políticas que atravessavam essas manifestações. Entre as impressões das entrevistas, têm-se a percepção da importância atribuída às crenças e rituais religiosos no cotidiano dos seus adeptos, e como esses constituem a subjetividade desses indivíduos. Por fim, percebeu-se ainda como determinadas expressões de religiosidade marginalizadas sofrem preconceito em detrimento de outras dominantes, da mesma forma que algumas outras ainda alimentavam narrativas discriminatórias. Ademais, notou-se que fazer a escuta do discurso religioso é importante para proporcionar um diálogo democrático no âmbito da academia, visto que o país opera sob uma constituição laica onde se dá voz a liberdade a todo tipo de crença.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

Encontro de Experiências Estudantis – PRAE