TEMPO E MORTE NA VELHICE

Autores

  • Emanuela Martins de Freitas
  • Airles da Silva XImenes, Damares Lima de Sousa, Maria Elizandra Silva Aguiar, Samaritana Chaves Magalhães
  • Rodrigo da Silva Maia

Resumo

O trabalho tem como objetivo mostrar como a morte é vista na velhice, em uma sociedade que busca e valoriza a juventude. Por conta disso, há uma oposição entre a finitude da vida e o desejo de infinitude do homem. Como uma forma de tentar “controlar“ o tempo, o homem desenvolveu estratégias de mensuração de um tempo físico, conhecido como tempo cronológico, mas ainda não conseguiu lidar com a realidade que o envelhecimento impõe. Ainda, esse trabalho problematizará o tempo em três dimensões: física, biológica e histórica. De acordo com a literatura, a consciência de finitude em meio à uma cultura "prometeica" (que remete à mitologia grega) aonde, embora, de modo geral, a vida seja exaltada, não é assim é em todos os estágios da mesma. Nesse contexto, a sociedade ressalta a juventude e o velho é posto à margem, perde sua autonomia, seu lugar, seu direito de ser protagonista de sua história. Diante esse processo de tomada de consciência, do "ter que morrer", reverbera no idoso uma projeção que não remete ao futuro, mas sim ao passado. Em outras palavras, culturalmente não há projeção ou perspectiva de futuro para o sujeito idoso. Quanto aos receios encontrados na velhice, a literatura elenca: a morte de familiares, o comprometimento da saúde, a morte em seu lar ou no hospital, entre outros. Assim, é válido ressaltar que a compreensão desses medos possibilita entender como se pode alcançar uma boa morte nessa fase, buscando-se o respeito à identidade do idoso. Para além, destaca-se ainda, a questão do silêncio que faz alusão à uma morte em vida. O silêncio simboliza a morte, que descende da perda de suas capacidades. Ademais, o presente trabalho procurou discorrer sobre múltiplas facetas que envolvem o envelhecer, o lidar com a noção de tempo na velhice, os sentimentos e representações de ser idoso e coprocessador de envelhecimento, que, embora em alguns momentos transpareça ser de fragilidade, mostra que é justamente da insegurança que, na velhice, brota a coragem.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

Encontro de Experiências Estudantis – PRAE