MULHERES USUÁRIAS DE DROGAS E SAÚDE PÚBLICA
Resumo
O uso de drogas é um fenômeno inerente à civilização humana desde seus primórdios, fazendo parte da vida cotidiana, seja pelo uso medicinal, uso ritualístico ou recreativo de substâncias. Já o proibicionismo, regime no qual vivemos atualmente, é um fenômeno relativamente recente, com pouco mais de cem anos, durante os quais o banimento de drogas ilícitas passou a ser um dos principais alvos dentro das políticas de saúde pública e segurança. No entanto, o quê mais se vê como resultante dessa proibição, além de seu fracasso, é a estigmatização dos usuários de drogas, que dependendo de sua inserção na sociedade (gênero, raça e classe) são vistos de diferentes formas, muitas das quais apontam para a cristalização de preconceitos presentes na sociedade. Nesse trabalho, optou-se por analisar as problemáticas pertinentes ao serviço prestado pela rede pública de saúde a mulheres usuárias de drogas com base em uma revisão bibliográfica e análise do discurso de periódicos online a partir das plataformas SciELO e PePSIC. Visto que vivemos em uma sociedade moldada pelos ditos patriarcais, há diversas concepções do que seria a conduta ideal das mulheres, principalmente no que concerne ao corpo e a moralidade e como parte da sociedade, dispositivos públicos de saúde e seus funcionários não estão imunes a reproduzir discursos machistas que muito ultrapassam a dimensão profissional e acarretam por inviabilizar ou dificultar o cuidado e atendimento dessas usuárias. A partir desse estudo foi possível evidenciar a hipótese acima e assinalar de que forma o discurso machista permeia as relações dentro do sistema de saúde. Dessa forma, considera-se pertinente a discussão deste tema para elucidar preconceitos e pensar novas formas de atuação profissional que não vá ao encontro de reforçar estigmas e opressões.Publicado
2019-01-01
Edição
Seção
Encontro de Programas de Educação Tutorial – PROGRAD
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