EDUCAÇÃO COMO PRÁTICA PARA A LIBERDADE: UM DIÁLOGO ENTRE O CAJU E A EDUCAÇÃO POPULAR

Autores

  • Giovanna Calonni Franklin Fernandes Pessoa
  • Ana Raquel de Holanda Rocha
  • Gustavo Cesar Machado Cabral

Resumo

O presente trabalho visa refletir sobre o exercício da educação popular na prática da Assessoria Jurídica Universitária Popular (AJUP), articulação de estudantes de Direito que busca uma atuação extencionista a partir de uma noção do Direito antissistêmica e crítica, atuando com grupos e comunidades dos centros urbanos que carecem dos principais serviços públicos. O CAJU, Centro de Assessoria Jurídica Universitária, projeto de extensão da Fadir/UFC, assume os valores da AJUP: a horizontalidade e a educação popular, metodologia que possibilita uma relação entre os integrantes do núcleo na qual não há quem ensina e quem aprenda, a aprendizagem e o ensino acontecem simultaneamente. O método também é utilizado nas ações com grupos vulneráveis socialmente, sendo eles os autores de suas demandas que promovem estratégias de enfrentamento à desigualdade social. É prioridade aprofundar assuntos jurídicos pouco abordados na sala de aula, de forma dialogal, crítica e coletiva, tais como direito crítico, direito à cidade, segurança pública, gênero e diversidade, que são discutidos para além do núcleo, a fim de assessorar as comunidades e os movimentos sociais em suas demandas diárias e nos processos políticos de luta por direitos. Portanto, são feitos grupos de estudo horizontais, dialogando com a educação popular e o método da aprendizagem cooperativa. A ausência de hierarquia torna a aprendizagem cooperativa o meio mais adequado para o processo formativo desses núcleos e para a construção do conhecimento. Almeja-se, assim, um ambiente em que todos se sintam à vontade para expressar suas opiniões, enriquecendo o debate político com fins de emancipação social. A educação popular unida ao método da aprendizagem cooperativa e ao exercício da extensão de uma assessoria, se torna um instrumento de emancipação e, portanto, busca compartilhar o conhecimento enxergando todos como sujeitos com vivências e opiniões, que, além de absorver, constroem o conhecimento.

Publicado

2021-01-01

Edição

Seção

XXIX Encontro de Extensão