PERCURSOS BIOGRÁFICOS: NARRATIVAS E EXPERIÊNCIAS NO POÇO DA DRAGA EM FORTALEZA/CE.

Autores

  • Francisco Felipe Pinto Braga
  • Cristina Maria da Silva

Resumo

Compreendendo a História como uma construção social e política, buscamos por meio dos rastros, trajetos e narrativas de habitantes do Poço da Draga apresentar uma outra história da cidade de Fortaleza, essa por sua vez atrelada a biografia de seus moradores. Esses rastros nos permitem acessar memórias e, sobretudo, atestar presenças historicamente apagadas em um território que sofre diariamente ameaças oriundas da especulação imobiliária e dos interesses do capital. Caminhamos muito no sentido que Jeanne Marie Gagnebin (2006) fala em “Lembrar Escrever Esquecer”, onde o ofício de um historiador, e aqui penso também no de um cientista social, possibilita evocar memórias e existências. É tendo isto em mente que o Grupo de Estudo e Pesquisas Rastros Urbanos atua no Poço da Draga desde 2016 com o projeto de extensão: “Fotobiografias: a Fortaleza que se encontra em acervos fotográficos pessoais”, vinculado à Pró-reitoria de Extensão (Prex). Por meio das narrativas que encontramos nas fotografias pessoais dos moradores, assim como, nas canções cantadas por um grupo de idosas em um sarau realizado mensalmente, tentamos compreender diferentes formas de se relacionar, construir e imaginar uma cidade em constante modificação, que se define através de lugares de afetos e pelos diferentes percursos de seus moradores, principalmente das mulheres. Neste trabalho, que ainda está em andamento, nos detemos principalmente na biografia de Dona Zenir, que vive no Poço da Draga há mais de 50 anos e participa ativamente do sarau. Por meio de sua experiência narrada, que se tece para nós de diferentes maneiras, como através de canções e das fotografias, adentramos em uma outra temporalidade que nos permite experienciar outras vivências e compor uma outra cidade de Fortaleza referenciada pela moradora através do mar, do seu trabalho como costureira e da sua luta diária para permanecer (re)existindo neste território.

Publicado

2021-01-01

Edição

Seção

XXIX Encontro de Extensão