PREVALÊNCIA DA DISPAREUNIA EM MULHERES COM DOR PÉLVICA CRÔNICA ATENDIDAS NUMA MATERNIDADE ESCOLA

Resumo

Introdução: A dor pélvica crônica (DPC) é caracterizada pela presença de dor na região da pelve, que persiste por 6 meses ou mais, com intensidade capaz de levar à busca por auxílio médico e/ou incapacidades. A DPC pode estar associada a disfunções sexuais impactando na qualidade de vida (QV) das mulheres. No contexto das disfunções sexuais inclui-se a dispareunia (dor genital associada à relação sexual) sendo importante identificar a prevalência dessa condição de saúde em mulheres com DPC. Objetivo: Analisar a prevalência da dispareunia em mulheres com DPC atendidas na Maternidade Escola Assis Chateaubriand (MEAC). Metodologia: Estudo retrospectivo de caráter descritivo quantitativo realizado entre 2019 e 2020. A amostra foi composta por mulheres com diagnóstico clínico de DPC acompanhadas no Serviço de Fisioterapia Uroginecológica da MEAC. Foram coletados dados sociodemográficos, antropométricos, localização da dor, fator de melhora e piora da dor, a presença e intensidade da dispareunia por meio da ficha de avaliação utilizada no serviço. Na análise dos dados foi realizada estatística descritiva, utilizando os procedimentos de média e mediana fornecidos pelo software REDCap. Resultados: Foram incluídas 92 mulheres. A média de idade foi de 37,4 anos, 50,6% eram casadas, com médias de peso de 66kg, 1,56m de altura, sendo que 36,5% apresentaram sobrepeso (média IMC=26,5). Quanto à localização da dor, 58,1% referiram dor na região de fossa ilíaca esquerda. Quanto aos fatores de melhora da dor, o mais relatado foi a medicação (64,1%) e o de piora foi a atividade sexual (47,0%). Em relação a prevalência da dispareunia 84,2% das mulheres relatou apresentar sintomas, sendo 46,6% de moderada intensidade. Conclusão: A maior parte da amostra apresentou dispareunia e em sua maioria com gravidade moderada. Dessa forma, torna-se evidente a alta prevalência da dispareunia em mulheres com DPC, impactando na função sexual e, consequentemente, na QV de mulheres com essa condição.