PROJETO DE EXPOSIÇÃO TÁTIL PARA O MUSEU DE ARTE DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ E MUSEU DA FOTOGRAFIA DE FORTALEZA

Resumo

Em parceria com o Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará (MAUC), com o Museu da Fotografia de Fortaleza, com o Instituto dos Cegos do Ceará e com o grupo LEAD (Linguagem e Audiodescrição), estão sendo desenvolvidas representações táteis e audiodescrição das obras do acervo do MAUC e das fotografias tiradas pelos representantes do Instituto dos Cegos e que garantem a acessibilidade das suas exposições e ampliam o seu público. Com o objetivo de buscar a acessibilização de obras de arte para pessoas com deficiência visual ou baixa visão e construir um projeto viável de ser replicado em museus de todo o país. O projeto atua através da produção de peças táteis que auxiliam na compreensão das artes em exposição. Os objetos táteis são produzidos ao decompor as pinturas ou fotografias em camadas com ou sem textura através de softwares de vetorização para que sejam posteriormente cortadas a laser em placas de MDF de 3mm e empilhadas, por ordem de profundidade e prioridade, de maneira a dar volume a uma obra que antes era exclusivamente 2D e inacessível às pessoas cegas. Além disso, também são produzidas peças auxiliares de modelos gerados a partir de uma malha tridimensional digital e impressos em uma impressora 3D, de forma a melhorar a compreensão de determinados elementos importantes nos exemplares expostos. Complementarmente, a fim de garantir ainda maior independência do visitante da exposição, é desenvolvido um sistema de rastreamento de toque e mapeamento das peças táteis que executam áudios com descrição sempre que o usuário toca em determinadas partes da peça, a partir do uso de linguagem de programação Processing e uma webcam que rastreia onde o visitante está tocando. Os resultados são testados por consultores cegos do Instituto dos Cegos a fim de aperfeiçoar os produtos tanto das peças táteis produzidas quanto da audiodescrição.