A INFLUÊNCIA DA CONCEPÇÃO QUE AS FAMÍLIAS TÊM DE “ERRO” COMETIDO PELAS CRIANÇAS NA REALIZAÇÃO DE VIVÊNCIAS PROPOSTAS À EDUCAÇÃO INFANTIL DA REDE PÚBLICA DE FORTALEZA

Autores

  • Thais da Silva Brauna
  • Carlos Magno Vieira dos Santos
  • Claudiana Maria Nogueira de Melo

Resumo

O presente trabalho investiga a influência da concepção da família sobre o erro, cometido pela criança, na realização das vivências propostas, e consequente impacto no processo de aprendizagem e avaliação docente. A pesquisa ocorreu em uma turma do Infantil V da Educação Infantil de uma escola municipal de Fortaleza, durante o período de atividades remotas em decorrência da pandemia da COVID-19. Como suporte teórico, optamos por Piaget (2005) e Libâneo (1985). A pesquisa de abordagem qualitativa utilizou a observação participante dos diálogos e arquivos compartilhados na ferramenta Grupo da rede social Whatsapp, que neste período constituiu o espaço de interação entre professoras, famílias e crianças da rede municipal de ensino, para identificar possíveis concepções de erro manifestadas pelas famílias. A análise dessas interações, nos permitiu inferir que, não raro, mães ou demais responsáveis evitam demonstrar os supostos erros cometidos pelas crianças no desenvolvimento das atividades, a partir de estratégias como correção, interferências em desenhos e/ou escritas e até mesmo omissão no retorno de algumas práticas. Tal comportamento das famílias expressa a perspectiva de erro como uma incapacidade de adequação do sujeito à retenção dos conhecimentos e não como parte inerente do processo de aprendizagem. Consideramos que referida concepção se constitui como obstáculo às manifestações espontâneas, à livre expressão e criação das crianças. Dessa forma, tanto limita o desenvolvimento do processo de aprendizagem da criança, quanto o acompanhamento e as possibilidades de planejamento visando uma efetiva mediação.

Publicado

2021-01-01

Edição

Seção

VII Seminário Institucional de Iniciação à Docência