AFETO MARGINAL E O EXERCÍCIO PEDAGÓGICO DA EXPECTATIVA

Resumo

Este diálogo traça uma linha temporal entre o fluxo de aprendizagem contínuo, o qual identifico ter sido alçado desde as primeiras manifestações de movimento e cultura na infância, desencadeando um constante retorno a ela, para que o desejo de compor e descobrir na arte e na vida seja sempre inédito, reflexão gerada a partir do programa Residência Pedagógica 2021, na E.M. Prof. Martinz de Aguiar. A pesquisa deriva de um conjunto de dados e afetos, sob uma ótica utópica, a partir de estratégias para lidar com a expectativa, aliada às experiências pessoais que também carregamos e nos acompanham seja em uma aula, processo artístico ou para instaurar um movimento marginal. O último em questão que é força motriz para exposição das ideias aqui situadas. O objeto aqui tratado consiste na transposição de camadas que sustentam as posições de poder dentro da sociedade, passando por exemplo pelo episódio das cotas para minorias dentro do sistema educacional e o choque que essa mudança causa na relação entre pessoas de distintas classes sociais, que passam a habitar o mesmo espaço e a questionar a casualidade do acesso antes restrito. Passa a ser espaço de luta. Nesse sentido, trata de expor em textos, fragmentos virtuais e colagens em um blog a ser divulgado posteriormente, com temas e referências aliadas ao processo pedagógico desenvolvido em sala de aula, de forma que essa ferramenta funcione gerando pulsão e respiro para toda insurgência embrionária que surja ao nosso redor, oriunda da arte e da cultura favelada, do gueto, território de luta em questão. Como resultado dessa proposição é gerado um retorno em relação território de cada pessoa afetada por essa realidade, dando vasão indiretamente a movimentos de pequeno impacto, como nascer perto do mar e aprender a pescar com os mais velhos ou ouvir o berimbau tocar na esquina e reconhecer a capoeira. O que não se pode traduzir é resultado do interesse e parte do desejo nesta pesquisa.