INVENTANDO FERRAMENTAS PARA UM AUTORRETRATO

Resumo

O presente trabalho refere-se às atividades enviadas pelos alunos do 9º ano da Escola Municipal Professor Martins de Aguiar, em uma aula aconteceu pelo “meet”, ministrada por um integrante do subprojeto de teatro da residência pedagógica. O exercício proposto foi inspirado na obra da artista Vivian Maier, que é abordada no capítulo sobre autorretrato do material didático da escola. Ela andava pelas ruas de Chicago na década de 60 capturando sua imagem refletida em superfícies. Apresentada aos alunos a maneira que a artista escolhia retratar-se, e discutidas as informações contidas nos seus autorretratos, bem como o seu contexto nas artes visuais, propus a eles experimentarem reflexões diante dos seus reflexos nos objetos. O que vejo quando olho no espelho? Foram feitos autorretratos dos estudantes, mas dois “autorregistros” me chamaram a atenção por não serem estáticos como aprendemos convencionalmente que devem ser os autorretratos. Duas alunas apresentaram vídeos/GIF’s como autorretratos. Deparei-me com o “problema” de, como professor, dizer se eram realmente autorretratos ou não. Cheguei a pedir para uma delas que entregasse uma imagem estática, ao que voltei atrás logo após. Encontrei aí a oportunidade de discutir sobre o processo de aprendizado enquanto invenção. Levei o dilema para a sala de aula e debati com os alunos. Eles se colocaram no sentido de que o vídeo e/ou a imagem em movimento também seriam passíveis de ser considerados autorretratos, posto que compõe ferramenta atual à disposição deles através da tecnologia recente, que nos leva a novas perspectivas em relação ao que se tem posto até então. Desafiando conceitos e superando-os numa dialética inventiva e um processo de aprendizagem ativo, diferente do modelo de aprendizagem passiva onde a relação com o conhecimento tem limite na apreensão da realidade, sem interferir com o objeto, de forma que o processo de aprendizagem sairia do que já está dado e passaria para o da invenção.