INFLUÊNCIA DA SECA PROLONGADA NA VARIAÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL DE TAINHAS (MUGILIFORMES: MUGIL) EM ESTUÁRIOS DA REGIÃO SEMIÁRIDA DO BRASIL

Autores

  • Natalie Marcelino Carlos
  • Jorge Iván Sánchez Botero
  • Jorge Ivan Sanchez Botero

Resumo

Entre os anos de 2014 e 2015 a região semiárida do Brasil aconteceu uma seca severa que causou um aumento na salinidade dos estuários com potenciais mudanças em suas características físicas, químicas e biológicas. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar os possíveis efeitos da seca prolongada na variação da salinidade e distribuição espaço-temporal de quatro espécies de tainha (Mugiliformes: Mugil) em sete estuários da costa semiárida do Brasil. Foram feitas medições da salinidade e exemplares de tainhas foram coletadas com rede de arrasto e tarrafa em diferentes pontos e períodos entre os anos de 2014 e 2020. Correlações de Pearson entre as densidades de tainhas e salinidade foram realizadas nos períodos de seca prolongada (2014 e 2015) e seca normal (2017 a 2020). Abundâncias entre ambos os períodos (seca normal e prolongada) foram comparadas através do teste de Mann Whitney. No total foram coletados 8.432 indivíduos de tainhas, sendo 8.293 da espécie Mugil curema,18 Mugil liza, 38 Mugil rubrioculus e 83 Mugil curvidens. Os estuários Choró, Curu, Pacoti e Mal Cozinhado apresentaram maior abundância de tainhas nos pontos mais próximos e mais distantes do mar adjacente. Já os estuários Cocó, Aracatiaçu e Aracatimirim as tainhas foram mais abundantes em trechos intermediários. As correlações de Pearson indicam um padrão de relação diferente, de acordo com o período do ano, com os valores de salinidade nos períodos de seca prolongada e normal para três espécies de Mugil. Já Mugil rubrioculus não apresentou um padrão de distribuição temporal. O teste de Mann-Whitney indicou diferenças entre as abundâncias das tainhas nos períodos de seca prolongada com o período de seca normal (p= 0,043) sendo maior no período de seca prolongada (M= 17,814) que durante a seca normal (M=13,936). Durante o período de seca prolongada as tainhas foram significativamente mais abundantes e indicaram uma relação positiva com o aumento da salinidade.

Publicado

2021-01-01

Edição

Seção

V Encontro de Estágios