A PRÁTICA DE EMERSÃO DE CONSCIÊNCIAS: O CAJU E A EDUCAÇÃO POPULAR DE PAULO FREIRE

Autores

  • Ana Raquel de Holanda Rocha
  • Marília Sousa Bucar Paz
  • Gustavo Cesar Machado Cabral

Resumo

Este trabalho analisa a educação popular como práxis libertadora e política associada à prática extensionista com o propósito de tornar o processo de aprendizagem menos estático e hierarquizado. Na visão de Paulo Freire, a educação precisa ser feita e pensada para o povo, perspectiva que, em uma AJUP (Assessoria Jurídica Universitária Popular), reverbera e conduz a atuação dos estudantes que buscam um exercício do direito menos excludente e hegemônico. O CAJU (Centro de Assessoria Jurídica Popular), projeto de extensão da Fadir/UFC, é uma AJUP que materializa essa prática, bem como a horizontalidade, como pilar, por meio da realização de formações com comunidades e movimentos sociais e grupos de estudos entre os membros do núcleo. Como característica da metodologia paulofreireana, a horizontalidade oportuniza diálogos sem hierarquias sobre, principalmente, direito crítico, direito à cidade e segurança pública, que se voltam para um processo crítico de conhecimento da realidade. Os grupos de estudos, essenciais à concretização da educação popular na atuação do CAJU, utilizam a metodologia cooperativa de construção do conhecimento a partir da auto-organização e autogestão dos membros sobre assuntos sociais omitidos das discussões centrais da academia, como a contradição e a opressão dos métodos pedagógicos tradicionais, a concepção bancária e a visão da educação como prática libertadora. Estas discussões internas fundamentam a atuação extramuros do projeto com a realização de formações que buscam a construção do conhecimento de modo coletivo e a emancipação de comunidades e de articulações da sociedade civil, propiciando um espaço em que todos se enxerguem enquanto sujeitos autossuficientes que podem construir o conhecimento. Com isso, a educação popular, aliada à prática das assessorias populares, se aproxima da busca pela emersão das consciências, visando um mundo em que os sujeitos pensem autonomamente e, assim, se insiram de modo crítico e reflexivo na realidade.

Publicado

2021-01-01

Edição

Seção

XXX Encontro de Extensão