ANÁLISE DAS RELAÇÕES INTERTEXTUAIS, INTERDISCURSIVAS E INTRADISCURSIVAS EM CANÇÃO DO EXÍLIO (DIAS, 1846), NOVA CANÇÃO DO EXÍLIO (ANDRADE, 1945), UMA CANÇÃO (QUINTANA, 1962) E NOVA CANÇÃO DO EXÍLIO (GULLAR, 2000)

Autores

  • Francisco Elton Martins de Souza
  • Monica de Souza Serafim

Resumo

O presente trabalho teve o objetivo de analisar os aspectos intertextuais, interdiscursivos e intradiscursivos presentes nos poemas Canção do Exílio (DIAS, 1846), Nova Canção do Exílio (ANDRADE, 1945), Uma Canção (QUINTANA, 1962) e Nova Canção do Exílio (GULLAR, 2000). Fundamentamo-nos nas conceituações a respeito de texto, intertexto, intertextualidade, discurso, interdiscurso e intradiscurso presentes em Koch (2004), Foucault (2009), Bakhtin (1995) e Orlandi (2009). Nossa análise nos permitiu vislumbrar que os três primeiros poemas apresentam entre si uma relação de interdiscursividade, pois emitem discursos semelhantes a respeito de nossa pátria em diferentes momentos de sua História. Dias, Andrade e Quintana se aproximam mais da definição de discurso como meio de contraposição a regimes, a situações ditatoriais e a pessoas ou classes dominantes, conforme o presente em Foucault (2009). Já o poema de Gullar fecha-se em seu intradiscurso, utilizando o recurso da intertextualidade para aproximar-se dos três anteriores, mas isolando-se do contexto sócio-histórico em que foi escrito. Acreditamos que Gullar desejou construir um discurso amoroso justamente para, talvez, contrapor-se aos discursos de protesto presentes nos três exemplos anteriores. Talvez tenha sido uma contraposição intencionalmente criada pelo poeta ou até mesmo uma tentativa de aproximar a beleza de nossa pátria, cantada nos demais poemas, da beleza de sua amada. À guisa de conclusão, podemos afirmar que as relações de interdiscursividade e intradiscursividade se constroem e se desconstroem com o intuito da crítica e do embate pacífico e inteligente contra situações dadas como insustentáveis em suas ocorrências e incoerências. O intradiscurso, mesmo fechando-se em si mesmo, não deixa de utilizar recursos mencionados em outros textos previamente concebidos e, portanto, partilha e utiliza-se da intertextualidade.

Publicado

2021-01-01

Edição

Seção

XXX Encontro de Extensão