ANÁLISE DO MANEJO SANITÁRIO E REPRODUTIVO DAS PROPRIEDADES LEITEIRAS DA REGIÃO DA GRANDE FORTALEZA E SERTÃO CEARENSE

Resumo

A atividade leiteira no Nordeste tem um importante papel socioeconômico, porém, ainda são almejadas melhorias nos índices zootécnicos. A caracterização do manejo em sistemas de produção de bovinos leiteiros é um ponto fundamental para a tomada de decisões da atividade. Assim, este estudo foi realizado com o objetivo de caracterizar o manejo sanitário e reprodutivo de bovinos leiteiros da região da Grande Fortaleza e Sertão Cearense. Para a coleta de dados, foi formulado um questionário na plataforma Google Forms e distribuído aos produtores rurais. O levantamento foi realizado nos meses de fevereiro à agosto de 2021. No formulário, foram apresentadas questões relacionadas ao calendário de vacinação, controle de parasitas e técnicas reprodutivas. As respostas foram tabeladas para posterior análise descritiva. Um total de 37 produtores de leite respondeu às questões. Observou-se que em 73% das propriedades é realizado o controle de endo e ectoparasitas. Além disso, foi verificado que 91,9% dos produtores seguem o calendário de vacinação. Em relação ao procedimento reprodutivo, foi reportado que 45,9% das propriedades realizam monta natural e inseminação artificial (IA), e um total de 16,2% utilizam exclusivamente a IA. O aumento da eficiência reprodutiva com o uso de IA é alcançado apenas quando aliado a adequadas condições de manejo, sendo importante considerar o custo-benefício desta técnica. Apesar de grande parte dos produtores afirmarem que a idade média ao primeiro parto (IPP) se concentrava entre 24 a 30 meses, um total de 29,7% e 10,8% apresentam IPP entre 21-35 meses e acima de 36 meses, respectivamente. Entretanto, foi demonstrado que em 54,1% das propriedades não realizam o controle zootécnico, refletindo na baixa produtividade destes rebanhos. Conclui-se que existe uma necessidade de ampliar a adoção do controle zootécnico dentro destas propriedades, permitindo uma melhor tomada de decisão sobre o uso de estratégias reprodutivas e sanitárias nesta região.