ANIMAIS NOTURNOS: A MONTAGEM CINEMATOGRÁFICA E O TRABALHO DE CONSTRUÇÃO DE UMA HISTÓRIA

Autores

  • Americo Dias Menezes Filho
  • Caciana Linhares Pereira

Resumo

O presente trabalho é fruto de uma palestra apresentada no Cine Freud, sobre o filme Animais Noturnos (2016), de Tom Ford, no semestre 2021.1, atividade que é a principal do projeto de extensão Cine Freud, Cultura e Arte, vinculado ao Laboratório de Psicanálise da UFC. A metodologia utilizada foi a análise de cenas do filme e de entrevistas realizadas pelo diretor, com uma pesquisa bibliográfica acerca da montagem cinematográfica e de suas relações com a psicanálise, principalmente no que vem a ser a construção de uma história, a do próprio sujeito; escritores como Eisenstein e Freud são utilizados nessa análise. Com isso, na decomposição de algumas cenas narradas aqui neste trabalho, observa-se que o diretor é capaz de nos contar uma história, que, em certos momentos, confunde-se com a dele mesmo, em uma escrita que mescla aspectos dessas duas dimensões: o diretor e sua obra. Esses traços nos são revelados desde o seu trabalho com os atores e, também, em sua escrita do enredo, ao afirmar haver muitas semelhanças entre ele e as personagens de seu filme. Além disso, é observada a participação do espectador nessa montagem fílmica, pois o enredo é fabricado, também, por quem assiste; segundo Eisenstein (2017), há a inclusão, no processo criativo, da razão e do sentimento do espectador, experimentando, assim, o processo dinâmico de reunião e surgimento da imagem. Podemos apontar, então, que, a partir da montagem do filme, o diretor, aqui, também constrói a própria história, em uma montagem singular que revela traços dessa construção em seu trabalho, no uso de significantes que acusam isso. Ademais, há também o trabalho do espectador nesse processo, na construção de uma montagem, havendo, assim, a possibilidade de múltiplos enredos.

Publicado

2021-01-01

Edição

Seção

XXX Encontro de Extensão