ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DE PACIENTES COM RETOCOLITE ULCERATIVA ACOMPANHADOS EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DO CEARÁ NO PERÍODO 2004-2021
Resumo
Introdução: Retocolite Ulcerativa (RCU) é uma doença inflamatória intestinal (DII) idiopática e crônica, recorrente, que acomete o cólon. A prevalência da DII está aumentando no Brasil, sendo importante avaliar a epidemiologia da RCU no Ceará. Objetivo: Descrever aspectos clínicos, epidemiológicos de pacientes com RCU atendidos no Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC) em Fortaleza, Ceará. Método: Estudo transversal descritivo de pacientes com RCU. Foram coletadas informações sociodemográficas e clínicas a partir de prontuários eletrônicos e de entrevista direta. Amostra composta por 344 pacientes, ambos os sexos, no período de 2004 a agosto de 2021. Resultados: Do total, 64,8% eram do sexo feminino e 35,2%, masculino. Dividindo a idade ao diagnóstico por faixa etária, encontramos 54,7% entre 17-40 anos, e 12,2% com idade acima de 60 anos. Sobre hábitos de vida, 26,5% relataram tabagismo prévio e 33,7%, etilismo prévio. Possuíam história familiar de DII 11,9%, sendo 3,2% com diagnóstico em irmãos. Os principais sinais e sintomas listados como manifestações iniciais foram diarreia sanguinolenta (77,9%), muco nas fezes (63,4%), dor abdominal (75,0%) e perda de peso (75,6%). Já a constipação foi menos citada, 22,1%. Os sintomas extraintestinais mais incidentes foram artrite/artralgia (38,9%). Quanto à localização da RCU, houve prevalência de proctite/distal (44,7%), seguida de pancolite (31,9%) e colite esquerda (21,8%). Foram classificados com RCU moderada 49,1% e com RCU grave 11,3%. As medicações mais utilizadas foram mesalazina (67,4%) e prednisona (23,2%), e sob uso de terapia imunobiológica com infliximabe e adalimumabe encontramos 7,3%. Conclusão: A maioria dos portadores de RCU são do sexo feminino, com idade abaixo dos 40 anos, havendo maior prevalência de proctite, e colite moderada. Os dados deste estudo mostram que os portadores de RCU, no Ceará, apresentam características epidemiológicas semelhantes aos portadores de outros estados do Brasil.
Publicado
2021-01-01
Edição
Seção
XXX Encontro de Extensão
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