FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES DO CAMPO: O PROJETO ESCOLA DA TERRA/CE

Resumo

As desigualdades socioeconômicas, consequência de uma sociedade classista, baseada na propriedade privada e nos meios de produção, reverberam tanto na cidade como no campo, sendo que os indicadores socioeconômicos do campo demostram a enorme lacuna existente entre zona rural e urbana. Isto é, na educação, por exemplo, os índices mostram que 25,8% da população rural adulta (de 15 anos ou mais) é analfabeta, enquanto na zona urbana essa taxa é de 8,7% (BRASILMEC/INEP, 2016). Considerando isto, a educação se encontra envolta em processos políticos ideológicos de uma sociedade baseada na produtividade. Portanto, pode-se afirmar, que a formação continuada de professores do campo assume, nesse cenário, um caráter de valorização do campesinato, pois preza pelos conhecimentos e práticas do campo em seus processos educativos. Sendo assim, é nesse contexto que o Projeto Escola da Terra/CE atua, ou seja, busca fortalecer, por meio de cursos de aperfeiçoamento, o desenvolvimento de metodologias e propostas pedagógicas que se adequem as necessidades do campo, bem como assegurem à construção de um olhar crítico e reflexivo acerca dessa realidade. Dito isso, o presente resumo tem como objetivo geral analisar o Projeto Escola da Terra nos processos de formação continuada de professores do campo. São objetivos específicos desse resumo: refletir acerca da necessidade de uma formação continuada para os professores do campo e contribuir para o fortalecimento da educação do campo. Para alcançar o objetivo adota-se como método de pesquisa o Materialismo Histórico-Dialético e como metodologia de trabalho a pesquisa bibliográfica e documental. Como resultado parcial da pesquisa foi possível identificar a atuação do Programa diante de 1.500 professores-cursistas em 30 municípios cearenses, isto em três edições desde que o programa foi iniciado em 2014, sendo avaliado positivamente pelos cursistas, MEC, SMEs dos municípios pactuantes, SEDUC/CE e UFC.