O COMBATE A EXPLORAÇÃO DO TRABALHO INFANTIL NA PANDEMIA: UMA ANÁLISE DAS AÇÕES CONDUZIDAS PELO NÚCLEO DE ESTUDOS APLICADOS DIREITOS, INFÂNCIA E JUSTIÇA (NUDIJUS)

Resumo

De acordo com relatório da OIT em parceria com a UNICEF, o número de crianças e jovens em situação de trabalho infantil no mundo é de 160 milhões em 2021, crescendo pela primeira vez em duas décadas. Com efeito, a crise social e econômica decorrente da pandemia agravou uma série de problemas, como a pobreza e a evasão escolar, que levaram jovens a situação de trabalho infantil, além de dificultar ações de fiscalização por órgãos públicos. Nesse sentido, o Brasil apresentou um retrocesso em relação a meta da ONU de erradicação do trabalho infantil até 2030, um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Compreendendo que a erradicação da exploração infantil abrange tanto a ação quanto a conscientização da sociedade, o Nudijus (Núcleo de Estudos Aplicados Direitos, Infância e Justiça) promoveu grupos de estudo e eventos durante o ano discutindo a temática, objetivando trazer o debate ao âmbito acadêmico, desse modo formando profissionais capacitados no tema e proporcionando um espaço de escuta a jovens egressos dessa situação. Isso posto, o presente estudo tem como objetivo relatar as experiências do Nudijus na discussão do trabalho infantil, assim como analisar o impacto das ações do Núcleo na formação dos participantes. Para isso, foi utilizada a metodologia de questionários, realizando perguntas estruturadas aos membros do grupo de estudos em trabalho infantil para buscar mensurar como os debates impactaram sua formação acadêmica e profissional. Os resultados evidenciaram que os participantes foram influenciados, a partir das ações do Nudijus, a desenvolver pesquisas e atuar no combate ao trabalho infantil. Além disso, os membros relataram que os momentos foram educacionais e ofereceram instruções eficazes para o combate a essa problemática. Desse modo, percebe-se que a conscientização, por meio da discussão do tema em grupos multidisciplinares na Faculdade de Direito, foi efetiva para a formação de jovens e profissionais no combate à exploração infantil.