PERTENCER EM PANDEMIA: A IDENTIFICAÇÃO DAS REDES SOCIAIS COMO ESPAÇO DE APROPRIAÇÃO, EM CONTEXTO DE ISOLAMENTO SOCIAL.

Autores

  • Jessica Queiroz Fontes
  • Mônica da Silva Sousa Martins
  • Fábio Pinheiro Pacheco
  • Zulmira Aurea Cruz Bonfim

Resumo

Esse estudo teórico objetiva discutir e analisar como o isolamento social — consequente do contexto pandêmico — afeta a apropriação e identificação do espaço, e assim a transformação do mesmo em lugar de pertencimento. A partir de uma análise teórica utilizando do prisma sócio-histórico — vertente da Psicologia Social — compreende-se que a inter-relação homem e ambiente abrange uma multidimensionalidade tanto material quanto simbólica na identificação e apropriação do espaço, assim como, a alteridade do contexto pandêmico em que nos encontramos e a necessidade de adaptação e busca por novos espaços de apropriação. Os resultados demonstram que o distanciamento social, ao limitar espaços tradicionais de apropriação e identificação, também potencializa o redirecionamento de pessoas para novos espaços, agora virtuais, onde pode-se construir e fazer a manutenção de vínculos e comunidades através de ferramentas para a criação de funcionalidades multimídias como vídeos e áudios que facilitam a aproximação de pessoas, compartilhamento de ideias e desenvolvimento de vínculo, indicando não perder muitos dos aspectos simbólicos e afetivos do processo de identificação e apropriação. Ao levarmos em consideração o Zeitgeist em que vivemos, onde o virtual passou de ferramenta a espaço de construção e expressão da subjetividade, a partir da democratização da internet e desenvolvimento de redes sociais que utilizam de funcionalidades multimídia, assim como a demonstração quantitativa de um aumento significativo de usuários durante a pandemia, pode-se estabelecer uma relação direta entre a necessidade de novos espaços para identificação e apropriação e o aumento de utilização das redes sociais, apontando para a mesma como ambiente rico e complexo de identificação simbólica e apropriação, assim como para as possibilidades e implicações psico sócio afetivas que esse redirecionamento, em sua especificidade, pode causar, surgindo a necessidade de estudos qualitativos nesse contexto.

Publicado

2021-01-01

Edição

Seção

XXX Encontro de Extensão