QUEM INVENTA COM, CRESCE COM: MAQUINAÇÕES, NO PRESENTE, COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES DE NOVA CANUDOS

Autores

  • Laryssa Ferreira Rabelo
  • Eliandra Estevam Abreu
  • Vitor Batista de Melo
  • Erica Atem Goncalves de Araujo Costa

Resumo

Este trabalho objetiva refletir sobre transformações nas relações entre crianças, adolescentes e território, levando em consideração seus corpos políticos e dissidentes à norma. Este horizonte ético-estético-político se contrapõe ao imaginário social que limita a existência infanto-juvenil, segundo uma divisão etária e padrão. A lógica adultocêntrica sobre infâncias e juventudes periféricas, interseccionalmente às dinâmicas de opressão classista, sexista e racista, cria uma imagem em que essas vidas devem ser tuteladas, produzindo violações aos seus direitos. Diante disso, o projeto de extensão “Maquinarias: infâncias em invenção”, vinculado ao Grupo de Pesquisas e Intervenções sobre Violência, Exclusão Social e Subjetivação (VIESES) da Universidade Federal do Ceará, atua COM esses corpos minoritários em busca da criação de espaços para (re)existir. Em contexto de pandemia de COVID-19 e, tendo em vista as políticas de cuidado no próprio território do Grande Bom Jardim, as trocas de conversas com as crianças e adolescentes realizadas no grupo do WhatsApp -“Invenções das crianças de Nova Canudos”- mostraram mudanças nas maquinAÇÕES. Elas se utilizaram de vídeos do TikTok e/ou de notícias de jornais para discutirem temáticas como racismo e LGBTQIA+fobia. Assim, em 2021, com o desejo de se manter presente diante do isolamento social, foram articulados, conjuntamente com essas crianças e adolescentes, encontros virtuais no formato de oficinas temáticas. Nessa lógica, tem sido importante escutá-las e se conduzir a partir dessa nova conjuntura do grupo que vai se reinventando, seja por meio das brincadeiras, dos vídeos e das discussões que se popularizaram na internet. Entendemos que nessas maquinações são possíveis novos modos de subjetivação, fortalecendo narrativas de resistência que se fazem necessárias no enfrentamento à estigmatização atribuída às infâncias e juventudes de periferias urbanas. Acrescenta-se o agradecimento à UFC, órgão financiador da bolsa PREX.

Publicado

2021-01-01

Edição

Seção

XXX Encontro de Extensão