A MEDIAÇÃO TEATRAL COMO FERRAMENTA DE REFLEXÃO E (RE)CONEXÃO AFETIVA NO DESENVOLVIMENTO ARTÍSTICO.

Autores

  • Gabriel Matos da Costa
  • Matteo da Silva Andrade
  • Juliana Maria Girao Carvalho Nascimento

Resumo

Quem é que tem veia artística? Na relação entre criador e apreciador, a arte ganha vida no encontro. É sob os olhos de quem vê, no coração que palpita, no arrepio da pele que a arte floresce e acontece. É quando a gestação do artista termina que a verdadeira obra começa. “O teatro reside inteiramente na cerimônia que se realiza diante ou no meio dos espectadores” (UBERSFELD, 2005). Em algum momento na história, as expressões populares foram dando origem a formas mais específicas e individualizadas, extraiu-se a figura do artista como aquele que, se valendo de uma técnica “mais refinada”, faz a arte, e aos demais, leigos, passou a caber o perfil de espectador, plateia. Mas qual o verdadeiro papel dessa plateia? A passividade? A subjetividade é uma virtude inerente a todos os seres humanos, mesmo àqueles que são menos familiares à expressão poética. De acordo com Augusto Boal, para fazer teatro somente é necessário ter um corpo e uma voz e que todos têm dentro de si um espectador e um ator. Como então podemos encorajar essa reconexão do indivíduo com o teatro? Pautado na Pedagogia do Espectador (DESGRANGES, 2015), o projeto Palco de Giz tem levado à ONGS e escolas públicas a possibilidade de um primeiro, ou novo contato com o teatro, visando cultivar o interesse dos alunos pela linguagem teatral. Mas a mediação teatral tem mostrado aos docentes iniciantes possibilidades que vão além da construção de uma percepção interpretativa, pois as oficinas desenvolvidas pelo projeto têm dado pistas sobre como a promoção de diferentes relações com a obra cênica pode despertar também o refinamento do seu senso estético/técnico e estimular o exercício da criatividade, da expressividade, da coordenação motora e do fazer artístico.

Publicado

2022-01-01

Edição

Seção

IX Encontro de Cultura Artística Online