O ESPÓLIO DA POESIA DE ARQUÍLOCO NAS REPRESENTAÇÕES DA GUERRA NA COMÉDIA ARISTOFÂNICA

Autores

  • Marcio Henrique Vieira Amaro
  • Francisco Edi de Oliveira Sousa

Resumo

O uso do patrimônio poético arcaico é marcante na poesia dramática grega, sempre tão repleta de lirismo, como pode ser visto nas passagens corais das tragédias e comédias. O concurso literário descrito na peça Rãs, de Aristófanes, comprova o quanto preocupava os poetas o diálogo dessas várias vozes na construção de suas obras. Entretanto, a lírica grega possuía uma grande variedade de subgêneros e tópos, e, por isso, torna-se complexa uma apreciação sistemática desse processo de apropriação do lírico pelo dramático. As comédias supérstites de Aristófanes apresentam cenas do cotidiano de Atenas, durante os anos da guerra do Peloponeso, como pano de fundo para a construção de seus textos; e, parecem valer-se, primordialmente, de tópos e referências oriundos do patrimônio da lírica arcaica em seu processo de configuração. O comediógrafo parece se utilizar na construção das suas imagens da guerra diversos elementos advenientes da lírica de Arquíloco na construção de suas peças, fato esse ainda pouco estudado no âmbito dos estudos clássicos brasileiros. O presente trabalho visa provar a presença da voz Arquíloco Paros na construção de suas imagens bélicas, a partir de uma análise comparativa do agón de três de suas comédias consideradas pela crítica de ênfase predominantemente política (Acarnenses, de 425 a.C, Cavaleiros de 424 a.C, e Paz, de 421 a.C) e alguns dos fragmentos do poeta de Paros.

Publicado

2017-11-08

Edição

Seção

X Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação