O QUE OS NÚMEROS NÃO DIZEM SOBRE VOCÊ – UMA ANÁLISE DA AUTO-PERCEPÇÃO DE ESTUDANTES DA UFC – CAMPUS SOBRAL.

Autores

  • Gracymara Mesquita Severiano
  • NULL
  • Francisca Denise Silva do Nascimento

Resumo

Não é de hoje que a universidade vem reproduzindo comportamentos e padrões mercadológicos em suas práticas acadêmicas. A atenção voltada para a produtividade universitária vem transformando o aluno em mero coeficiente numérico. Não bastasse sua identificação através de um número de matrícula ou, as diversas pesquisas institucionais que apontam o número de reprovados e desistentes, número de aprovados e de aluno por curso, a construção das relações sociais, o status ou valor de cada indivíduo também se dá através de valores numéricos como sua nota, média acadêmica ou quantidade de trabalhos publicados. Considerando o indivíduo em sua pluralidade e subjetividade, bem como percebendo a importância de construção de espaços de fala, procuramos através desse trabalho analisar como os estudantes se percebem dentro da universidade. A metodologia utilizada foi pautada na pesquisa qualitativa. O instrumento utilizado para a captação textual foram dois cartazes produzidos com papel madeira. Durante duas semanas deixamos exposto nos murais do restaurante universitário e da cantina os cartazes com a seguinte pergunta; O QUE SUA NOTA E SEU NÚMERO DE MATRÍCULA NÃO DIZEM SOBRE VOCÊ. Visando a maior adesão estudantil, realizamos ações de engajamento por três dias onde convidámos alunos a ler o cartaz e responder à pergunta nele contida. A análise do conteúdo será realizada através da ferramenta IRAMUTEQ. O corpus textual da pesquisa coletado através dos cartazes será lançado no software, compondo uma nuvem de palavras que serão examinadas tanto por similitude quanto por hierarquia descendente. Neste projeto estamos na fase de coleta textual para a construção do corpus da pesquisa, desse modo nossos resultados são parciais. O que percebemos é que existe um esforço para permanecer no curso, uma cobrança por muitas vezes naturalizada, apesar do sofrimento psíquico que ela gera. Também é possível verificar a satisfação em pertencer à universidade, apesar do desgaste mental vivenciado.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação – PRPPG