ATELIÊ FONE SEM FIO: CARACTERÍSTICAS E DESAFIOS DA CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS EM ÁUDIOS.

Resumo

Esse trabalho pretende relatar as características da contação de histórias em áudio que diferem da contação de histórias tradicional (presencial), a fim de analisar os desafios e descobertas que o atrito entre essas formas de fazer artístico ofereceram ao trabalho de atriz. Essa pesquisa foi realizada dentro do programa de extensão: “Ateliê do Iprede”, o qual realiza, desde 2017, ações voltadas ao público infantil através de atividades que propiciam o contato deste público com espetáculos teatrais, desenho, contação de histórias, dentre outros. O trabalho desenvolvido pelo Ateliê precisou encontrar novas formas de operar dentro do contexto pandêmico de isolamento social e interrupção das atividades presenciais. Nesse sentido, os coordenadores (Carol Vieira e Pedro Henriques) e bolsistas, incluindo a mim, que atuei enquanto bolsista de extensão PREX, e a bolsista da Secult Arte (Mariane Romão), encontramos no recurso da produção e veiculação de áudios uma maneira de manter a atividade de contação de histórias. A iniciativa de produção de um material artístico em áudio recebeu o nome de “Ateliê Fone Sem Fio” e teve caráter de pesquisa, pois se tratava de uma nova forma de operar na qual as atrizes-bolsistas ainda não haviam se aventurado. As diferenças entre a contação de histórias tradicional e a feita através do recurso de áudio foram muitas, como por exemplo a edição de áudio, necessidade de lugares silenciosos, aparelhos e programas para a captação de som e ainda uma ênfase na importância do trabalho da atriz em relação à voz e à construção do texto. As características listadas nesta pesquisa foram sendo descobertas como pedras no meio do caminho, ou seja, foi um processo muito desafiador, mas também enriquecedor, pois materiais muito potentes foram construídos ao longo dos meses.