A IRA NA HECYRA DE TERÊNCIO
Resumo
O presente trabalho propõe investigar a ira na Hecyra (160 a.C.) de Terêncio (185-159 a.C.) por meio de uma leitura estoica. A delimitação desse corpus de análise decorre da significativa recorrência na peça de um campo lexical atrelado à noção de ira (ira, iniuria, iniquitas), em especial em episódios que envolvem os senes Laques e Fidipo. Julgando possível examinar a presença da ira na Hecyra por um prisma estoico, nosso objetivo é analisar essa peça com base na teoria das paixões. Para atingir esse objetivo, elaboramos uma pesquisa bibliográfica e então estudamos textos filosóficos que discutam a teoria das paixões, principalmente à luz do estoicismo, em seguida aplicamos os resultados obtidos às hipóteses de nossa pesquisa e realizamos uma análise mais fundamentada do texto de Terêncio. Para desenvolver esta pesquisa, utilizamos como fundamentação teórica em especial obras filosóficas que discutam a teoria das paixões, sobretudo a ira, como Rhetorica e Ethica Nicomachea, de Aristóteles, Tusculanae disputationes, de Cícero, e De ira, de Sêneca. Além de textos antigos, também utilizamos estudos modernos a respeitos da teoria das paixões, como os de Martha C. Nussbaum e Margareth Graver. Na Introdução, comentamos a relação do teatro com a filosofia e como essa relação se dava desde Menandro, contextualizamos Terêncio e sua obra e discutimos a relação de seu teatro com a filosofia e sua presença no Círculo dos Cipiões; no capítulo seguinte, apresentamos a teoria das paixões e a concepção de ira nas escolas peripatética e estoica; no terceiro capítulo, analisamos a presença de um léxico vinculado à noção de ira na Hecyra à luz do estoicismo. Esperamos, ao fim desta investigação, descortinar um pouco mais o diálogo da literatura com a filosofia e o teatro de Terêncio, em particular a Hecyra.Publicado
2019-01-14
Edição
Seção
XI Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação
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