A ELOCUÇÃO NA ENEIDA DE VIRGÍLIO E A ‘POÉTICA DO TRADUZIR’ DE CARLOS ALBERTO NUNES

Autores

  • Francisca TÂnia Almeida Colares
  • Francisco Edi de Oliveira Sousa

Resumo

A presente dissertação estuda o processo tradutório empregado por Carlos Alberto Nunes à tradução da Eneida. Sabe-se que Nunes “interpretou”o hexâmetro greco-romano para um hexâmetro vernáculo de ritmo predominantemente datílico com dezesseis sílabas poéticas e icto incidente na 1ª, 4ª, 7ª, 10ª, 13ª e 16ª, resultando em uma sílaba tônica seguida de duas átonas, formando o pé datílico; a 16ª sílaba pode formar o pé sozinha ou seguida de apenas uma sílaba átona, formando um pé troqueu; para variar o ritmo da declamação, o hexâmetro de Nunes pode apresentar as cesuras triemímera, pentemímera e heftemímera. O objetivo primordial dessa pesquisa é estudar o processo tradutório de Nunes e identificar, mesmo que parcialmente, quais foram as escolhas poéticas do tradutor em confronto com a elocução de Eneida, considerando que ele optou por um verso rígido que parece a princípio ter controlado sua tradução. Serão estudados os trechos da Eneida: 2.3-267, 8.626-731 e 9.167-502. Esse estudo do processo tradutório da Eneida, denominado aqui de ‘poética do traduzir’, consiste na análise da elocução de Virgílio seguida de comentários da negociação proposta entre texto de partida e texto de chegada; além disso, serão feitos comentários com base em conceitos de teorias da tradução, como “intradutibilidade”,“lei da compensação” e“fidelidade”. Espera-secom isso acessar o texto de Nunes pelo viés do processo tradutório e identificar a negociação proposta pelo tradutor.

Publicado

2017-11-08

Edição

Seção

X Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação