EPILEPSIA DO LOBO TEMPORAL COM MANIFESTAÇÕES AUTONÔMICAS OU SÍNDROME DE PANAYIOTOPOULOS: RELATO DE CASO

Autores

  • Eduardo Ferreira Soares
  • GABRIELA MIE EJIMA BASSO
  • DAVID NUNES DE LIMA JUNIOR
  • JÉSSICA QUEIROZ DE SOUSA SOBRINHO
  • Francisco de Assis Aquino Gondim

Resumo

Introdução: A síndrome de Panayiotopoulos (PS), é uma das epilepsias idiopáticas mais comuns da infância, sendo caracterizada por manifestações autonômicas, automatismos orais, distúrbios visuais, convulsões, síncope, redução da consciência, palidez e desvio tônico dos olhos e/ou da cabeça, podendo as crises evoluir para crise hemiclônica ou tônico-clônica generalizada (AIRES, 2015). O diagnóstico é feito por meio da observação clínica e do eletroencefalograma (EEG), que deve incluir o período do sono. Esta síndrome costuma ter bom prognóstico, sem sequelas neurológicas. Objetivos: Relatar um caso de possível síndrome de Panayiotopoulos. Métodos: Relato de caso. Resultados: Paciente do sexo feminino, com 21 anos de idade, iniciou o quadro com alterações visuais acompanhadas de escotomas aos 6 anos, tendo sido tratada por oftalmologistas com o uso de óculos e colírio. Sem o diagnóstico correto e com o tratamento inadequado houve piora do quadro aos 17 anos de idade, quando desenvolveu dor retro-orbitária bilateral associada a cefaleia de caráter pulsante, presente em crises de 1 hora de duração, cerca de uma vez por semana. Após início do tratamento com carbamazepina as crises passaram a ocorrer uma vez ao mês. As crises são acompanhadas de fotofobia intensa e síncope, apresentando também alteração da percepção temporal. O EEG apresentou paroxismos epileptiformes em região temporal esquerda, achado compatível com epilepsia focal. Contudo o exame foi realizado apenas em vigília, não abrangendo o período do sono, e as manifestações autonômicas isoladas são sintomas raros na epilepsia temporal, o que sugere acometimento da região occipital, área tipicamente afetada na PS. Conclusão: É fundamental o diagnóstico precoce e tratamento desta síndrome epiléptica ainda na infância, tendo em vista o bom prognóstico com remissão das crises. Suporte financeiro: CNPq e UFC.

Publicado

2019-01-14

Edição

Seção

XXXVII Encontro de Iniciação Científica