DISCENTES E SUA RELAÇÃO COM A UNIVERSIDADE: POSSIBILIDADES DE DOR E ENFRENTAMENTO NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

Autores

  • Carlos Magno Sergio Lima
  • Francisco Pablo Huascar Aragão Pinheiro, Carla Ribeiro de Sousa, Virnia Ponte Alcantara
  • Camilla Araujo Lopes Vieira

Resumo

O ingresso na universidade é marcado por importantes transformações psicossociais, cenário que pode suscitar sofrimento psíquico para os discentes. Tal sofrimento refere-se, aqui, aos conflitos decorrentes das experiências e vivências dos estudantes. Neste sentido, destaca-se o papel da universidade mediante à oferta de um suporte institucional que favoreça a adaptação e permanência do aluno. Desse modo, tal estudo objetivou investigar e analisar as percepções dos estudantes universitários sobre duas dimensões da experiência acadêmica: relação com os pares e relação com os professores. A amostra não-probabilística foi composta por 273 alunos dos oito cursos ofertados pela universidade no campus Sobral, em sua maior parte: homens, não-cotistas e com renda média menor que dois salários mínimos. Para coletar os dados utilizou-se um formulário do site Google, enviado por e-mail os quais foram disponibilizados a partir de consulta junto às coordenações. O questionário utilizado foi composto por questões demográficas e mais duas seções relacionadas à experiência de ser universitário (relação dos alunos entre seus pares e a relação entre alunos e professores). As análises foram realizadas utilizando o software SPSS (versão 20). Em suas vivências, alunos cotistas apontaram maior ocorrência de agressões verbais na relação com seus pares quando comparado a não-cotistas; denotando-se a lógica socioeconômica excludente à qual atende o ensino superior. Questões de gênero também foram investigadas, destacando-se, humilhações e assédio sexual sofridos pelas discentes. A pesquisa revelou, assim, a existência de grupos vulneráveis ao sofrimento psíquicos dentre o conjunto de alunos investigados. No contexto acadêmico, estudantes cotistas e mulheres foram aqueles que apontaram mais variáveis de sofrimento. Diante de tal cenário, faz-se mister a existência de um suporte psicopedagógico que atenda à necessidade desses estudantes.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

Encontro de Iniciação Científica – PRPPG