BLOQUEIO ATRIOVENTRICULAR TOTAL AUTOIMUNE: UM RELATO DE CASO

Autores

  • Pedro Henrique Marciel Castro
  • Lucas de Moura Portela, Breno Cotrim Reis
  • Vicente Lopes Monte Neto

Resumo

INTRODUÇÃO: Bloqueio atrioventricular total (BAVT) é definido como bradiarritmia, em que o ritmo de base é idioventricular de escape, fixo e totalmente dissociado da atividade atrial. Esta tem frequência maior que a ventricular. A grande maioria dos casos relaciona-se a fibrose idiopática e esclerose do sistema de condução e a doença cardíaca isquêmica, sendo as causas autoimunes até então pouco conhecidas. Devido isso, relatamos aqui um caso de BAVT autoimune em uma paciente do interior do Ceará. CASO CLÍNICO: Paciente feminino, 27 anos, portadora de artrite reumatoide, iniciou quadro de precordialgia súbita, em aperto, de forte intensidade, persistente, sem fatores desencadeantes e que irradiava para membros superiores e dorso, associada a dispneia, náuseas e vômitos. Procurou atendimento médico na cidade de origem, sendo realizado ECG e analgesia. Após melhora do quadro de dor, a paciente foi liberada, evoluindo após 4 dias com dor torácica, dispneia aos mínimos esforços, vômitos e um episódio de síncope, sendo levada ao hospital de origem, onde foi encaminhada ao hospital regional norte e, no mesmo dia, transferida ao hospital do coração. Realizou ECG, que evidenciou um BAVT, sendo então iniciado dobutamina, noradrenalina e prednisona 60 mg/dia. No quarto dia em uso de prednisona, apresentou melhora no padrão do ECG, que agora apresentava um BAV de 1° grau. Após estabilização clínica, paciente recebeu alta. DISCUSSÃO: O BAVT está entre as arritmias mais frequentes, acometendo principalmente a população mais idosa. Seu diagnóstico é feito a partir do estudo eletrocardiográfico e seu tratamento depende da etiologia, sendo realizado em grande parte dos casos o implante de marca-passo. CONCLUSÃO: Ainda pouco se sabe sobre a etiologia autoimune dos bloqueios atrioventriculares, sendo necessário maiores estudos a fim de diagnosticar e melhorar a terapêutica, evitando a necessidade de tratamentos invasivos, que apresentam maiores riscos de complicações.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

Encontro de Iniciação à Docência – PROGRAD