ANÁLISE DO PERFIL CLÍNICO DE PACIENTES IDOSOS DIAGNOSTICADOS COM DOENÇA INFLAMATÓRIA INTESTINAL ACOMPANHADOS NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO WALTER CANTÍDIO (HUWC), FORTALEZA-CE

Autores

  • JosÉ Armando PessÔa Neto
  • Christopher Falcão Correia
  • Yan Bruno Colares Botêlho
  • Lucia Libanez Bessa Campelo Braga

Resumo

Introdução Por muito tempo, acreditou-se que as Doenças Inflamatórias Intestinais (DII), Doença de Crohn (DC) e Retocolite Ulcerativa (RCU), seriam patologias apenas de pacientes jovens. Contudo, 25-35% da população com DII tem mais de 60 anos, dos quais 10-15% foram diagnosticados acima desta idade. Nesse panorama, há poucos estudos avaliando as características clínicas da DII nos idosos. Objetivos Avaliar as características clínicas de pacientes portadores de DII diagnosticados com idade ≥60 anos ou <60 anos acompanhados no serviço de referência para DII do HUWC. Metodologia Estudo retrospectivo, observacional e descritivo, realizado a partir de dados colhidos no preenchimento de fichas padronizadas do período de 2005-2019. A Classificação de Montreal foi utilizada para caracterizar a DC e a RCU. Os dados foram analisados no software SPSS. Resultados Foram incluídos 600 pacientes, dos quais 533 (88,83%) possuíam idade inferior a 60 anos e 67 (11,17%) tinham idade ≥60 anos. Não houve diferenças entre os grupos com relação a sexo, ingestão de álcool e história familiar de DII. O status de tabagismo foi mais frequente no grupo >60 anos. Em relação à RCU, a pancolite (E3) foi mais prevalente nos pacientes com <60 e a colite distal (E2) nos pacientes idosos. DC ileocolônica, penetrante e fístula perianal foram mais prevalentes em pacientes com menos de 60 anos. Não houve diferença entre os grupos com relação às manifestações extraintestinais (reumatológicas, tromboembólicas, cutâneas). O uso de imunobiológico e azatioprina foi mais frequente nos pacientes com idade <60 anos (p=0.005) e a polifarmácia nos pacientes idosos. Conclusão Há diferenças apreciáveis nas características clínicas da DII no idoso, que podem significar achados diferentes na história natural da doença e abordagens distintas no manejo terapêutico.

Publicado

2021-01-01

Edição

Seção

XXIX Encontro de Extensão