TRILHAS URBANAS EM TEMPOS DE PANDEMIA: OBSERVANDO OS ESPAÇOS DE VIDA E MORTE NA FORTALEZA DO SÉCULO XIX E XX

Resumo

A integração de atividades de ensino, pesquisa e extensão, durante a realização do projeto Trilhas Urbanas, contribui na formação dos monitores e na difusão dos estudos de Geografia Urbana entre estudantes de escolas públicas e privadas. O projeto, ressalta a perspectiva geográfica no estudo sobre a cidade de Fortaleza, por meio de mapas e pesquisa bibliográfica sobre o tema e as áreas a serem visitadas, culminando assim na realização do trabalho de campo. Em uma perspectiva diacrônica, mostrando como o passado ajuda na compreensão do presente, são discutidos os aspectos físicos, sociais e econômicos utilizando-se da História, Geografia e Educação Patrimonial, com o intuito de despertar o interesse dos participantes das trilhas. Especificamente a trilha Espaço de Vida e Morte tem seu percurso fundamentado no discurso médico-higienista que influenciou o disciplinamento do espaço urbano de Fortaleza, com base nas teorias infeciosas e contagiosas dominantes no século XIX. Nessa perspectiva, os espaços públicos e privados são analisados, destacando os traçados, as formas e as funções da casa e a rua, a implantação da rede de água e esgoto, a construção e expulsão dos cemitérios e dos abarracamentos na seca de 1877/1879. Os pontos foram selecionadas por seu simbolismo, aqueles que exaltam a vida, os que representam a doença e os espaços da morte. Neste ano, devido à pandemia de Covid-19 e com a proibição de aglomeração, o projeto precisou se reinventar, e foram criadas as Trilhas Urbanas Virtuais, resultando na produção de três vídeos, publicados no canal do LAPURUFC do YouTube, abordando os temas das trilhas convencionais, utilizando fotos, mapas e ferramentas online, como o Street View. Essa experiência de adaptação à uma situação adversa permitiu a produção de um conteúdo dinâmico, destacando momentos práticos no ensino de Geografia.