HISTÓRIAS DESMEDIDAS: REFLEXÕES SOBRE EXPERIÊNCIAS DE EXTENSÃO COM JOVENS (IN)VISIBILIZADOS

Autores

  • Carla Jéssica de Araújo Gomes Universidade Federal do Ceará
  • Clara Oliveira Barreto Cavalcante Universidade Federal do Ceará
  • João Paulo Pereira Barros Universidade Federal do Ceará
  • Larissa Ferreira Nunes Universidade Federal do Ceará
  • Filipe Augusto Barbosa Alencar Universidade Federal do Ceará

DOI:

https://doi.org/10.32356/exta.v19.n1.40240

Palavras-chave:

Juventudes, Direitos Humanos, Socioeducação, Violências, Psicologia Social.

Resumo

Este artigo objetiva relatar experiências do projeto de extensão Histórias Desmedidas de 2016 a 2018, junto a jovens, de 15 a 29 anos, em cumprimento de medida socioeducativa na cidade de Fortaleza e em situação de encarceramento. O projeto ampara-se teórico-metodologicamente no campo da Psicologia Social, em seus diálogos com estudos pós estruturalistas, da criminologia crítica e críticos à colonialidade, bem como com produções de áreas afins que tematizam criticamente juventudes, violências e políticas públicas. O projeto se operacionalizou, nestes anos, em duas frentes de ação: a primeira consistiu na realização de atividades com adolescentes e jovens em cumprimento de medida socioeducativa de meio aberto, mediante a metodologia de oficinas, enquanto a segunda se voltou à incidência técnico-política nos sistemas socioeducativo e prisional a partir da participação em comissões e comitês ligados aos monitoramentos realizados por organizações da sociedade civil atuantes da defesa de direitos humanos. As ações do projeto foram registradas a partir de diários de campo ao longo do processo e de relatórios, ao final de cada ano. Nos resultados, apresentamos a participação da equipe de extensão na facilitação de 32 oficinas com adolescentes e jovens em cumprimento de medida de liberdade assistida e prestação de serviço à comunidade, no 4º monitoramento do sistema socioeducativo realizado pelo Fórum-DCA e no Comitê Estadual de Monitoramento da Política Nacional para Mulheres Privadas de Liberdade e Egressas do Sistema Prisional. Concluímos este artigo reiterando a importância de tais experiências extensionistas para a formação em psicologia a partir de um paradigma ético-estético-político.

Biografia do Autor

Carla Jéssica de Araújo Gomes, Universidade Federal do Ceará

Graduanda em Psicologia pela Universidade Federal do Ceará; Integrante do VIESES: Grupo de Pesquisas e Intervenções sobre Violência, Exclusão Social e Subjetivação.

Clara Oliveira Barreto Cavalcante, Universidade Federal do Ceará

Mestranda em Psicologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Integrante do VIESES: Grupo de Pesquisas e Intervenções sobre Violência, Exclusão Social e Subjetivação.

João Paulo Pereira Barros, Universidade Federal do Ceará

Professor do Departamento de Psicologia e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal do Ceará (UFC). Coordenador do VIESES: Grupo de Pesquisas e Intervenções sobre Violência, Exclusão Social e Subjetivação.

Larissa Ferreira Nunes, Universidade Federal do Ceará

Mestranda em Psicologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Integrante do VIESES: Grupo de Pesquisas e Intervenções sobre Violência, Exclusão Social e Subjetivação.

Filipe Augusto Barbosa Alencar, Universidade Federal do Ceará

Mestrando em Psicologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Integrante do VIESES: Grupo de Pesquisas e Intervenções sobre Violência, Exclusão Social e Subjetivação.

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Publicado

2020-08-20