O PAPEL DA MISTURA DE MAGMAS NA GÊNESE DO MAGMATISMO GRANÍTICO CÁLCIO-ALCALINO QUIXERAMOBIM-CE

Autores

  • Afonso Rodrigues Almeida
  • Horstpeter H. G. J. Ulbrich

Resumo

O batólito Quixeramobim com cerca de 1600 Km2 de área está situado na porção central do Estado do Ceará, distante cerca de 180 Km a sudoeste de Fortaleza, está constituído por seis grandes subdivisões litológicas ou
facies; o Muxuré Novo, o Muxuré Velho, o Água Doce, o Serra Branca, o Uruque, o Mobilizados Tardios e pelos Sub-Facies Boa Fé e Uruquê Transicional Muxuré Novo. Os facies Muxuré Novo, Serra Branca e o SubFacies Boa Fé constituem uma suite cálcio-alcalina de médio potássio, composta por quartzo-dioritos, tonalitos, granodioritos (dominantes) e monzogranitos a biotita e anfibólio. Eles são diferenciados por seu padrão textural porfirítico, com o Serra Branca apresentando fenocristais de feldspatos variando de 6 a 20 cm; o Muxuré Novo com fenocristais
variando de 6 a 1,5 cm e o Boa Fé exibindo fenocristais aproximadamente equidimensionais em torno de 2,5 cm. Os litotipos do Água Doce constituem uma suite cálcio-alcalina de baixo potássio, composta essencialmente por quartzodioritos e tonalitos de cor cinza azulado, granulação média, afíricos, contendo biotita e anfibólios como minerais
máficos essenciais. O facies Uruquê, está composto essencialmente por granodioritos e monzogranitos a biotita. São rochas leucocráticas, de cor cinza claro a cinza amarelado, granulação média a fina e afiricas. Juntamente com os enclaves microgranulares compõem uma suite cálcio-alcalina de médio potássio. O facies Muxuré Velho, uma suite
tonalitica de variável potássio, está presente na forma de enclaves e diques sinplutônicos, inclusos no seio dos litotipos dos demais facies. São rochas de cor escura e de granulação média a fina, geralmente contendo xenocristais de feldspatos potássicos. Seus litotipos são essencialmente metaluminosos, ricos em álcalis, Sr, Ba, e ETRL, e pobres em CaO e
MgO caracterizando-os como uma suite cálcio-alcalina tardi-colisional
Os litotipos Quixeramobim exibem teores de SiO2 que variam de 51 a 73%, são essencialmente metaluminosos, ricos em álcalis, Sr, Ba e ETRL e pobres em ETRP, MgO e CaO. Seus teores em ETRL são de 2 a 3 vezes mais altos que os exibidos por suites cálcio-alcalinas normais. A ocorrência universal de enclaves microgranulares e diques sinplutônicos descontínuos no batólito sugerem que o mecanismo de mistura de magmas foi de primordial importância na geração destes batólitos. Em Quixeramobim, as
inclinações das curvas de mistura indicam uma participação de magmas crustais em torno de 65%, e os mantélicos participando com 35%. Em Quixadá parece não haver a participação de magmas crustais. Os altos teores de Sr, Ba e ETRL, com anomalias de Eu ausentes e baixos teores de ETRL, sugerem que os magmas mantélicos são o resultado da fusão de um manto litosférico metassomatisado enriquecido em ETRL, controlada principalmente por hornblenda e flogopita.

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