FILITOS CERÂMICOS DE MARTINÓPOLE (CE) - Potencialidade e aplicações tecnológicas

Autores

  • Marcelo de Freitas Medeiros
  • Maria Angélica Batista Lima
  • Riodan José da Silva

Palavras-chave:

Filito Martinópole, Formação Santa Terezinha, Ensaios tecnológicos

Resumo

Os ensaios laboratoriais preliminares realizados em uma amostra do quartzo filito intemperisado (saprólito) de Martinópole (CE), correlacionado à Formação Santa Terezinha (Neoproterozóico), localizada a NW do Ceará, revelaram alguns característicos cerâmicos compatíveis com os do filito de Itapeva (SP) utilizado na indústria de cerâmica branca paulista. O exame mesoscópico do filito (aspecto terroso, friável e de cor esbranquiçada), mostrou a presença de grãos detríticos de quartzo, sericita e argilominerais. A sua análise química revelou teores relativamente  baixos  de Fe2O3 (1,3% ) e elevados de Al2O3 (21,7%),  K2O (3,2%) e SiO2 (> 61%). Todavia, outras amostras revelaram teores mais significativos de K2O, entre 4 e 6,5%. Os corpos-de-prova testados (mistura de argila plástica e proporções  de 6.25% e 12.5% de filito) foram queimados nas temperaturas de 70°C , 900°C e 1100°C, mostrando tendência de maiores resistências à flexão e menores valores de absorção de água com o aumento das proporções de argila plástica. Os dados obtidos, ainda que preliminares, sugerem probabilidades de uso do filito de Martinópole como suplemento da matéria-prima da barbotina de artefatos da indústria  cerâmica branca, na indústria de material refratário, ou como cerâmica branca de segunda classe. A unidade litoestratigráfica supracitada ocupa uma área superior a 315 km2, se constituindo num atrativo a mais para justificativa de pesquisas futuras com o mesmo objetivo supracitado.

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Publicado

2021-11-08

Edição

Seção

Artigos