TRATAMENTO TEMÁTICO DA INFORMAÇÃO: análise sobre abordagens e enfoques em
artigos científicos da área de Ciência da Informação
SUBJECT REPRESENTATION: analysis of approaches and stances in scientific articles in
Information Science
Lais Pereira de Oliveira¹
Daniel Martínez-Ávila
2
¹ Doutoranda em Ciência da Informação pela
Universidade Estadual Paulista (UNESP).
Docente do curso de graduação em
Biblioteconomia da Universidade Federal de
Goiás (UFG).
E-mail: laispereira2@ufg.br
2
Doutor em Documentación: Archivos y
Bibliotecas en el Entorno Digital pela
Universidade Carlos III de Madrid (UC3M).
Professor permanente do Programa de Pós-
Graduação em Ciência da Informação da
Universidade Estadual Paulista (UNESP).
E-mail: martinez.avila@unesp.br
ACESSO ABERTO
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Internacional.
Conflito de interesses: Os autores declaram
que não há conflito de interesses.
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Recebido em: 10/11/2019.
Aceito em: 05/12/2019.
Revisado em: 16/12/2019.
Como citar este artigo:
OLIVEIRA, Lais Pereira de; MARTÍNEZ-ÁVILA,
Daniel. Tratamento temático da informação:
análise sobre abordagens e enfoques em artigos
científicos da área de Ciência da Informação.
Informação em Pauta, Fortaleza, v. 4, n. 2, p.
83-100, jul./dez. 2019. DOI: 10.32810/2525-
3468.ip.v4i2.2019.42654.83-100.
RESUMO
Aborda em termos conceituais e teóricos o
tratamento temático da informação realizado no
contexto da organização do conhecimento.
Objetiva analisar as abordagens e enfoques das
pesquisas desenvolvidas sobre tratamento
temático da informação e publicadas na
modalidade de artigo científico.
Metodologicamente constitui estudo descritivo
de natureza quali-quantitativa. Caracteriza-se
ainda como pesquisa bibliográfica, executada a
partir de coleta na Base de Dados em Ciência da
Informação (BRAPCI) e com análise sustentada
em sistematização estatística via gráfico e
análise de conteúdo. Os resultados indicam uma
distribuição de trabalhos ao longo dos últimos
10 anos, com predomínio de abordagens sobre o
próprio tratamento temático, em detrimento de
seus instrumentos, processos e produtos
característicos, além do enfoque teórico na
maioria das pesquisas publicadas na modalidade
de artigo científico. Conclui-se que o assunto tem
buscado, aos poucos, uma solidificação, tornada
evidente em muitos trabalhos nos títulos
empregados para nomear as produções.
Palavras-chave: Organização do conhecimento.
Tratamento da informação. Representação de
assunto. Produção científica.
ABSTRACT
This paper deals with subject representation in
conceptual and theoretical terms in the context
of knowledge organization. It aims to analyze the
approaches and stances of the journal articles on
the subject representation of information. It is a
Inf. Pauta Fortaleza, CE v. 4 n. 2 jul./dez. 2019 ISSN 2525-3468
DOI: https://doi.org/10.32810/2525-3468.ip.v4i2.2019.42654.83-100
ARTIGO
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Tratamento temático da informação
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descriptive study of qualitative and quantitative
nature. Its methodology can be also
characterized as a bibliographic research, based
on collection of bibliographic information from
the Brazilian Information Science database
(BRAPCI) and the statistical systematization of
the results using figures and content analysis.
The results show a distribution of papers over
the last 10 years in which there is a
predominance of approaches on subject
representation over its characteristic
instruments, processes and products, as well as
the theoretical approach in many papers
published as scientific journal articles. We
concluded that the topic has gradually been
consolidated, as shown in many of the titles used
for the journal articles.
Keywords: Knowledge organization.
Information processing. Subject representation.
Scientific production.
1 INTRODUÇÃO
A Organização do Conhecimento (OC), um dos marcos conceituais que permeia a
Ciência da Informação e da Documentação (GUIMARÃES; PINHO; FERREIRA, 2012) e
área central de ensino e pesquisa nesse âmbito (SOUZA, 2007), é um campo dedicado à
estruturação e representação do conhecimento produzido e registrado, como forma de
garantir seu acesso e utilização.
Hjørland (2007) delimita uma instância social e outra intelectual para a OC. Na
primeira, o cerne é sobre a disposição formal das áreas do conhecimento, enquanto que
a segunda foca na ordenação dos conjuntos informacionais oriundos das mesmas.
Na organização do conhecimento são construídas modelagens para estruturar o
conhecimento em conceitos e assim, ordenar e representar documentos com base no
assunto, valendo-se de “instrumentos como sistemas de classificação, tesauros,
vocabulário e outras linguagens de indexação” (GUIMARÃES et al., 2015, p. 14).
Consequentemente, a OC servirá ao propósito de organização da informação (OI), pois
fornecerá a metodologia para tal (LIMA; ALVARES, 2012).
Nesse sentido, na OC tem-se as bases para organizar informação considerando-se
especificamente a vertente do assunto, o que resulta em um trabalho de representação
no âmbito do tratamento temático. O tratamento temático da informação (TTI) é, assim,
uma das dimensões da organização da informação, que se volta para o acesso ao
conteúdo (GUIMARÃES, 2009) e, integrando seu universo epistemológico está a
organização do conhecimento (GUIMARÃES, 2008).
O tratamento da informação está evoluindo em razão das próprias
transformações pelo volume de informações e evolução das tecnologias (SOUZA;
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HILLESHEIM, 2014). No caso específico do tratamento temático, por apresentar
diferentes vertentes teóricas, metodológicas e procedimentos para seu desenvolvimento
(MEDEIROS; VITAL; BRÄSCHER, 2016), precisa ser melhor investigado.
A presente investigação volta-se justamente a tal perspectiva, na medida em que
objetiva analisar as abordagens e enfoques das pesquisas desenvolvidas sobre
tratamento temático da informação e publicadas na modalidade de artigo científico.
Parte-se do pressuposto que os estudos no tema orientam-se por uma ênfase teórica
detida especificamente às discussões sobre o TTI, sem muito foco nos instrumentos,
processos e produtos que o representam.
Considera-se aqui a falta de sedimentação conceitual do TTI (GUIMARÃES;
SALES, 2010). Assim sendo, a investigação auxilia na resolução da problemática de quais
as abordagens e enfoques predominantes nas produções científicas sobre tratamento
temático da informação, dimensionando a compreensão do mesmo e elencando
afirmações teóricas que esclareçam sobre essa relevante vertente de organização da
informação.
Em termos teóricos a pesquisa pode contribuir com o campo da organização do
conhecimento e, pontualmente, com os estudos teóricos acerca do tratamento temático
da informação. Em uma perspectiva prática a investigação permite aproximar os
elementos trabalhados nas pesquisas sobre TTI do escopo profissional e aplicado, posto
que lhes concede visibilidade.
2 ORGANIZAÇÃO DO CONHECIMENTO
A organização do conhecimento é uma área científica com vertente prática que
reflete a necessidade de ordenar para acessar, que organizar e representar são uma
preocupação humana (GUIMARÃES; PINHO; FERREIRA, 2012). De acordo com Souza
(2007, p. 104), na Biblioteconomia essas atividades direcionam-se “a duas funções
básicas: a de acesso a documentos em bibliotecas e a de recuperação do conteúdo
intelectual dos documentos pelos catálogos através do índice de assuntos”.
Mas a OC é, primeiramente, um campo de pesquisa e ensino associado à
Biblioteconomia e Ciência da Informação (HJØRLAND, 2016), com raízes históricas na
base teórica da classificação (LIMA, 2015). Na verdade, fortes vínculos entre o fazer
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biblioteconômico e os desenvolvimentos e avanços na própria concepção do
conhecimento (RENDON ROJAS; HERRERA DELGADO, 2010). Afinal, trata-se não apenas
de acessar e utilizar, mas de organizar o conhecimento disponível (GOMES, 2017).
Barité (2015, p. 120, tradução nossa) considera a organização do conhecimento
uma “área do conhecimento de formação recente”. A mesma concepção se em
Bettencourt (2014, p. 24), segundo a qual:
Embora a necessidade de organizar e transmitir seus conhecimentos
acompanhe o homem, desde a sua gênese, seja pela oralidade ou pela escrita, a
organização do conhecimento (OC) é disciplina de formação recente, e se
tornou valioso objeto de estudo da ciência da informação.
A organização do conhecimento estuda:
as leis, os princípios e os procedimentos pelos quais se estrutura o
conhecimento especializado em qualquer disciplina, com a finalidade de
representar tematicamente e recuperar a informação contida em documentos
de qualquer tipo, por meios eficientes que deem uma resposta rápida às
necessidades dos usuários. (BARITÉ, 2015, p. 120, tradução nossa).
Nesse sentido, organização do conhecimento “significa especialmente
organização de informação em registos bibliográficos, incluindo índices de citações,
registos de texto completos e a Internet” (HJØRLAND, 2003, p. 87, tradução nossa). É
ainda, “um campo sobre como classificar e indexar documentos” (HJØRLAND, 2013, p.
174, tradução nossa).
Para Guimarães et al. (2015, p. 14) a natureza operacional da OC encontra-se “ora
voltada à organização e representação de conceitos, ora voltada à busca de informação e
ao acesso aos conhecimentos, em especial diálogo com a recuperação da informação”.
Desse modo, a organização do conhecimento se preocupa “com aspectos de
organização e representação necessários para socialização dos conhecimentos também
materializados em documentos, entre outros aspectos” (ALVES; MORAES, 2015, p. 119).
Entretanto, a OC não lida somente com organização; “também aborda esquemas de
seleção, análise, procedimentos de transcodificação, representação e acesso a
suprimentos” (GARCÍA GUTIÉRREZ, 2002, p. 518, tradução nossa).
Para concretização de tais questões, a organização do conhecimento se dedica à
constituição de modelagens conceituais. A OC é, então, um tipo de organização aplicável
a unidades do pensamento (BRÄSCHER; CAFÉ, 2010). Logo, constitui-se como um
processo de construção de modelos de mundo (MELO, 2010).
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Conforme Bräscher e Café (2010, p. 93), a organização do conhecimento “visa à
construção de modelos de mundo que se constituem em abstrações da realidade”. Na
perspectiva trazida por Hjørland (2013, p. 169, tradução nossa), OC “é sobre conceitos e
suas relações semânticas (e ao mesmo tempo sobre o mundo real, aqui)”. Nesse ponto
vale um adendo sobre o conceito, que é justamente a parte fundamental que irá
transmitir a ideia central do documento (CERVANTES; SUENAGA; RODRIGUES, 2017).
De acordo com Guimarães et al. (2015, p. 14) o objeto da organização do
conhecimento:
reside na estrutura do conhecimento contida nos documentos (conhecimento
registrado, socializado e publicado), com especial ênfase aos conceitos e à sua
modelagem assim como às atividades discursivas em domínios científicos e
práticas sociais e culturais específicos.
Assim sendo, a organização do conhecimento lida com a vertente de conteúdo,
sustentando ações de organização dos conjuntos informacionais na medida em que
subsidia a construção de instrumentos e estruturas conceituais. Alves, Oliveira e Grácio
(2015, p. 461), nessa perspectiva, caracterizam-na como “uma disciplina que trata do
desenvolvimento de cnicas para construção, gestão e uso, avaliação de classificações
científicas, taxonomias, nomenclatura e linguagens documentais”.
Mais do que os processos voltados à representação temática, a organização do
conhecimento se dedicará também ao desenvolvimento do instrumental necessário à
consecução de suas ações. Nessa via, Baptista (2013, p. 275) lembra que “organização do
conhecimento envolve agentes, objetos e processos”. E em conexão com a OC, tem-se o
tratamento temático da informação (RODRIGUES; CERVANTES, 2015).
3 TRATAMENTO TEMÁTICO DA INFORMAÇÃO
O tratamento temático da informação é uma subárea fundamental da
organização e representação do conhecimento (TARTAROTTI; DAL’EVEDOVE; FUJITA,
2015). Caracteriza-se como um conjunto de instrumentos, processos e produtos
voltados ao trato do conteúdo e que “abrange dois aspectos, o primeiro relacionado à
determinação do assunto e o segundo à sua especificação” (BRÄSCHER; GUIMARÃES,
2018, p. 243).
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O desenvolvimento do TTI “decorreu, historicamente, de uma necessidade
pragmática de tratamento documental” (GUIMARÃES, 2008, p. 78). É cotidianamente
colocado em prática em ações biblioteconômicas de representação do assunto contido
nos documentos, com emprego de instrumentos específicos e a consequente geração de
produtos característicos de cada processo técnico desse universo.
Na cadeia documental o tratamento temático é intermediário, mediando a
produção e o uso da informação (GUIMARÃES; SALES; GRÁCIO, 2012). Outrossim, no TTI
o profissional se volta à análise para evidenciar atributos temáticos. Para Rodrigues e
Cervantes (2014, p. 158) “o que sustenta a atividade da análise de assunto é o conteúdo
do documento”.
Guinchat e Menou (1994) esclarecem que essa descrição do conteúdo envolve
operações e também produtos delas resultantes. Sendo que, na literatura, recebe
denominações como análise documentária, análise temática, análise de assunto,
descrição de conteúdo e tratamento temático da informação (CAFÉ; SALES, 2010). Esta
última é aqui adotada.
A variação terminológica está também nos componentes do tratamento temático
e advém da evolução de diferentes correntes teóricas no campo. Pode-se evidenciar três
delas: catalogação de assunto, indexação e análise documental (GUIMARÃES; SALES,
2010).
Independentemente das variantes designadoras, o tratamento temático é a
representação do conteúdo por meio da análise documental (KOCHANI; BOCCATO;
RUBI, 2012), entendendo-se representar como o ato de produzir informação sobre
informação (VIEIRA; OLIVEIRA; CUNHA, 2017). Por sua vez, “a análise documental
implica no efetivo entendimento dos significados contidos nos documentos”
(DAL’EVEDOVE; FUJITA, 2013, p. 30).
Sousa (2013, p. 136) observa que, independentemente da época “o conteúdo dos
documentos se torna passível de socialização, a partir da devida importância que é dada
à sua organização. O foco não se resume à estocagem e centralização, mas no acesso às
informações”.
Conforme destacam Bräscher e Guimarães (2018, p. 243), “a distinção que
fazemos entre o TTI e descrição sica por vezes não ocorre na prática”. Ainda assim,
deve-se discuti-lo à parte como forma de perceber suas particularidades e avançar na
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sua compreensão, sem esquecer de seu vínculo no tratamento da informação como um
todo. Fujita (2013, p. 149) lembra que o TTI:
[...] é parte das atividades e operações do tratamento da informação que
envolve o conhecimento teórico e metodológico disponível quanto ao
tratamento descritivo do suporte material da informação e ao tratamento
temático de conteúdo da informação.
Para Guimarães, Ferreira e Freitas (2012, p. 183) “o TTI refere-se
especificamente à análise, descrição e representação do conteúdo dos documentos com
vistas a sua posterior recuperação”. Basicamente:
O tratamento temático da informação (TTI) vem sendo estudado na área de
Ciência da Informação como um processo que visa essencialmente representar
e recuperar documentos a partir do seu conteúdo. (MEDEIROS; VITAL;
BRÄSCHER, 2016, não paginado).
Aborda-se então, no TTI, “o assunto existente no documento, compreendendo a
análise documentária como área teórica e metodológica” (SOUSA; FUJITA, 2013, p. 798).
Dessa maneira, o tratamento temático busca propiciar acessibilidade temática
(DAL’EVEDOVE; FUJITA, 2013), de modo que assume forte carga subjetiva (DIAS;
NAVES, 2013).
Em função disso, Sousa (2013, p. 138) destaca o tratamento temático como “uma
área desafiadora, possuindo a constante preocupação de tornar possível o acesso ao
assunto do documento”. E mais do que em seu objetivo, em sua constituição teórica
também se mostra um tanto subjetivo. Como afirmam Medeiros, Vital e Bräscher (2016,
não paginado) o tratamento temático tem como foco:
[...] o conteúdo dos documentos, aprofundar e discutir teórica e
metodologicamente a análise, síntese e a representação, buscando a
cientificidade de um processo complexo e, por vezes, tratado de forma subjetiva
na literatura.
As etapas de análise, síntese e representação “permitem que o conteúdo temático
do documento seja representado em forma de subprodutos em diferentes níveis de
especificidade” (DAL’EVEDOVE; FUJITA, 2013, p. 29). É nessa via que se pode afirmar
que o TTI engloba mais do que processos.
Assim sendo, para que possa cumprir com suas funções o tratamento temático da
informação faz uso de linguagens de indexação assim como normas para elaboração de
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resumo e manuais de indexação (DIAS; NAVES, 2013). Exige, por sua vez, que “o
profissional tenha a habilidade de extrair os conceitos representativos de documentos e
representá-los” (BRAZ; CARVALHO, 2017, p. 2498), bem como a capacidade de utilizar
os instrumentos que tem à sua disposição para esse fim.
No âmbito do tratamento temático o profissional desenvolverá os processos de
classificação, indexação e elaboração de resumos. Em decorrência destes gerará
notações, descritores e resumos, que viabilizarão cada qual a seu jeito, a representação
temática da informação contida no documento. Afinal, como ressaltam Guinchat e
Menou (1994, p. 121) “um mesmo documento pode ser objeto de diversas descrições de
conteúdo como a atribuição de um número de classificação, a sua indexação por uma
dezena de termos e o seu resumo”.
Tem-se na classificação a organização física dos documentos, pela adoção de
sistemas de classificação. com a indexação, alcança-se a formalização de produtos
representantes de textos originais, empregando vocabulários controlados (SALES,
2011). O resumo, por sua vez, “é um tipo de texto constituído a partir de um original, de
modo que evidencia as partes essenciais deste” (OLIVEIRA, 2018, p. 248).
Desse modo, o tratamento temático “abrange as atividades de análise, descrição e
representação, utilizando-se de instrumentos com o intuito de gerar produtos” (BRAZ;
CARVALHO, 2017, p. 2501). Constitui ação prática fundamental à busca e recuperação
por assunto.
4 METODOLOGIA
Na OC predominam abordagens sobre aspectos cognitivos, tecnológicos, lógico-
conceituais, socioculturais e de gestão (GUIMARÃES et al., 2015). A pesquisa em questão
dedica-se à dimensão teórica no tema, pois a organização do conhecimento tem sido
principalmente uma atividade prática sem muita teoria” (HJØRLAND, 2007, p. 369,
tradução nossa).
O estudo, com ênfase sobre o tratamento temático da informação, é descritivo e
de natureza mista, ou seja, quali-quantitativa. Caracteriza-se ainda como pesquisa
bibliográfica, uma vez que contemplou coleta na literatura publicada, especificamente
artigos de periódicos nacionais da área de Ciência da Informação. Trabalhos oriundos de
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anais de evento, ainda que produzidos na modalidade de artigo científico, não
compuseram o escopo analisado, por englobarem outra natureza de apresentação.
A prospecção da produção científica foi feita na Base de Dados em Ciência da
Informação (BRAPCI), no mês de fevereiro de 2019. Conduziu-se busca pelo termo
“tratamento temático da informação”, contemplando todos os campos tulo, palavra-
chave e resumo e com delimitação temporal de 1972 onde inicia a cobertura da base
– até 2018.
Obteve-se pela busca na BRAPCI, um conjunto de 42 artigos científicos. Esse
número foi posteriormente reduzido a 17, que representam de fato a amostragem
investigada. Isso porque 23 deles não versavam exatamente sobre o TTI, tendo sido
recuperados em função da opção de busca englobando os campos de título, palavra-
chave e resumo, que acabou por retornar registros que continham apenas as palavras
“tratamento” ou “temático” em um desses pontos e, portanto, sem vinculação com o
assunto foco da investigação. Havia também um trabalho oriundo de anais de evento e
um em duplicidade na base.
A análise dos artigos sobre TTI empregou sistematização estatística via gráfico e
análise de conteúdo. Essa última estabelecida em dois momentos: o primeiro para
checagem das publicações, como forma de constatar as que de fato versavam sobre o
assunto e, o segundo, para apreensão das categorias temáticas representativas.
A dimensão analítica foi feita, a princípio, mediante leitura de título, resumo e
palavras-chave das produções científicas. Por fim, diante da amostragem que realmente
abordava o tratamento temático, estendeu-se também para a introdução, a fim de
aprofundar a compreensão da abordagem presente em cada um dos artigos.
Priorizou-se, na segunda análise de conteúdo, o estabelecimento de categorias de
assunto a posteriori. Isso para não haver determinação temática prévia dos artigos
levantados e sim, com base no exame e reconhecimento de cada um.
5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS
Como descrito na metodologia, em um total de 42 artigos recuperados na
BRAPCI, apenas 17 fizeram parte da pesquisa (vide quadro 1).
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Quadro 1 – Artigos sobre TTI
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paradigmas físico, cognitivo e social em artigos de revisão de literatura no período de 1966-1995.
Liinc em Revista, Rio de Janeiro, v. 14, n. 2, p. 241-258, nov. 2018.
Práticas em tratamento temático da informação: interfaces de
ensino e aprendizagem. Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação, São Paulo, v.
13, n. esp. CBBD 2017, p. 2496-2509, 2017.
CERVANTES, B. M. N.; SUENAGA, C. M. K.; RODRIGUES, M. R.
Os conceitos no tratamento da
informação arquivística: unidade basilar para a compreensão do conteúdo documental.
Perspectivas em Ciência da Informação, Belo Horizonte, v. 22, n. esp., p. 131-151, jul. 2017.
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GUIMARÃES, J. A. C.; SALES, R. de. Análise documental: concepções do universo acadêmico
brasileiro em Ciência da Informação. DataGramaZero Revista de Ciência da Informação, v. 11,
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GUI
MARÃES, J. A. C.; SALES, R. de; GRÁCIO, M. C. C.
A dimensão interdisciplinar da análise
documental nos contextos brasileiro e espanhol no âmbito da organização do conhecimento.
DataGramaZero – Revista de Ciência da Informação, v. 13, n. 6, dez. 2012.
KOCHANI, A. P.; BOCCATO, V. R. C.; RUBI, M. P. Política de indexação para clippings: otimização do
tratamento temático em coordenadorias de comunicação social brasileiras. Revista
Interamericana de Bibliotecología, Medellín, v. 35, n. 3, p. 257-273, 2012.
LINDEN, L. L.; BRÄSCHER, M. O tratamento temático da informação em instrumentos normativos
de descrição arquivística. Em Questão, Porto Alegre, v. 24, n. 3, p. 96-124, set./dez. 2018.
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indexação da coleção Paulo Menten. Revista ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina,
Florianópolis, v. 21, n. 3, p. 856-873, 2016.
REDIGOLO, F. M.; SILVA, M. V. da. A representação temática como mediadora implícita da
informação em bibliotecas universitárias. PontodeAcesso, Salvador, v. 11, n. 2, p. 49-69, ago.
2017.
RODRIGUES, M. R.; CERVANTES, B. M. N. Análise de assunto e mapas conceituais: semelhanças
nos processos. Perspectivas em Ciência da Informação, Belo Horizonte, v. 20, n. 4, p. 35-56,
out./dez. 2015.
RODRIGUES, M. R.; CERVANTES, B. M. N.
Organização e representação do conhecimento por meio
de mapas conceituais. Ciência da Informação, Brasília, v. 41, n. 1, p. 154-169, jan./jun. 2014.
SOUSA, B. P. de. Representação temática da informação documentária e sua contextualização em
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146, jul./dez. 2013.
SOUSA, B. P. de; FUJITA, M. S. L. A classificação bibliográfica no contexto do tratamento temático
da informação: um estudo com protocolo verbal individual em bibliotecas do Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia (IF's). Revista ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina,
Florianópolis, v. 18, n. 1, p. 796-813, jan./jun. 2013.
VIEIRA, A. P. da F.; OLIVEIRA, L. P.; CUNHA, T. M. Incursões sobre o tratamento temático da
informação: estudo da política de indexação em bibliotecas universitárias goianas. Informação
em Pauta, Fortaleza, v. 2, n. 1, p. 28-49, jan./jun. 2017.
Fonte: Elaborado pelos autores (2019).
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Logo, do conjunto de 17 trabalhos que efetivamente compuseram o escopo
analítico da investigação, nota-se a concentração da maioria deles em anos mais
recentes. Como demonstra o gráfico a seguir, quatro artigos foram publicados no ano de
2017 e outros quatro em 2013:
Gráfico 1 – Ano das publicações sobre TTI
0 1 2 3 4 5
2008
2010
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
Fonte: Elaborado pelos autores (2019).
Nos anos de 2018 e 2012 foram publicados dois artigos. Nas demais ocasiões
2016, 2015, 2014, 2010 e 2008 apareceu apenas um trabalho sobre tratamento
temático. Além de tal distribuição, pode-se perceber a margem de 10 anos sobre a qual
se instauram as publicações no tema TTI, quase que sequencialmente, iniciando em
2008 e encerrando em 2018, com exceção de 2009 e 2011, nos quais não houve artigos.
Logo, pode-se considerar que se trata de um assunto recentemente iniciado nos
artigos científicos nacionais de Ciência da Informação. Mas apesar disso, tem tido certa
representatividade na medida em que apareceu no mínimo uma vez a cada ano, desde
2008.
Entretanto, considerando a relevância do tratamento temático na cadeia
documental no papel de mediar a produção e o uso da informação (GUIMARÃES; SALES;
GRÁCIO, 2012), é importante que haja um número mais vultoso de publicações no
assunto, até mesmo para apoiar as atividades práticas desempenhadas nesse universo.
Lembrando também que se trata de uma área desafiadora (SOUSA, 2013). De modo que
as pesquisas são uma forma de dirimir e esclarecer as muitas vertentes teóricas,
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metodológicas e procedimentos (MEDEIROS; VITAL; BRÄSCHER, 2016) que o tema traz
consigo.
que se considerar, claro, que em anos pregressos o tratamento temático pode
ter aparecido em vinculação com outros assuntos e dimensões da Biblioteconomia e
Ciência da Informação, mas não como tema central dos artigos. Razão pela qual não ficou
evidenciado em maior quantidade no levantamento ora apresentado e discutido, que
buscou justamente constatar em que ponto tem tido, ou não, protagonismo nas
produções científicas.
Com relação à abordagem predominante nos artigos publicados sobre TTI, tem-
se o seguinte:
Gráfico 2 – Abordagem das publicações sobre TTI
5,8%
5,8%
5,8%
5,8%
5,8%
11,7%
11,7%
11,7%
35,2%
Análise de assunto
Análise documental
Classificação
bibliográfica
Conceito
Linguagem
documentária
Organização e
representação do
conhecimento
Política de indexação
Representação
temática
Tratamento temático
da informação
Fonte: Elaborado pelos autores (2019).
Como se pressupunha, artigos que tratavam do tratamento temático em si foram
maioria. Representam seis trabalhos ou 35,2%. Assuntos como análise documental,
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política de indexação e representação temática aparecem cada qual em dois artigos
(11,7%). E em abordagem única (5,8%) surgem: classificação bibliográfica, conceito,
linguagem documentária e organização e representação do conhecimento.
Constata-se, desse modo, que o predomínio é sobre produções que discorrem
sobre o próprio tratamento temático. Essa preponderância é indicativa da necessidade
que a área de Ciência da Informação sente de conceituar e discutir o que é, como
acontece e em que vias se estabelece o TTI. O fato da organização do conhecimento
integrar seu universo epistemológico (GUIMARÃES, 2008) pode ser uma das razões para
essa ênfase também, posto que conforme avança, abre prerrogativas de pesquisa para o
seu entorno.
Vale lembrar que o desenvolvimento de um maior número de pesquisas sobre o
tratamento temático em si é uma forma de lhe dar cientificidade e dirimir a abordagem
subjetiva de que falam Medeiros, Vital e Bräscher (2016). Mas é sabido que o tratamento
temático engloba atividades, instrumentos e produtos (BRAZ; CARVALHO, 2017).
Ainda assim, como demonstram os dados, pouco expressivas são as abordagens
sobre os elementos do tratamento temático. É positivo o fato de se constatarem, em
maior número, pesquisas sobre uma das correntes do TTI a análise documental; um
instrumento crucial na execução de um de seus processos a política de indexação; e
uma ação que lhe é característica – a representação temática. Contudo, é um quantitativo
baixo. Além disso, não é aceitável a pequena interface da análise de assunto, da
classificação, do conceito, da linguagem documentária e mesmo do macroprocesso que é
a organização e representação do conhecimento, com o tratamento temático.
A vinculação moderada ou praticamente escassa entre tratamento temático e as
correntes, instrumentos e ações que lhe são inerentes, demonstra que as pesquisas
ainda precisam caminhar no sentido de evidenciar claramente o universo que é
englobado nesse contexto. Aspecto esse que reforça sua falta de sedimentação
conceitual (GUIMARÃES; SALES, 2010).
em relação ao enfoque dos artigos, observa-se que nove (52,9%) são teóricos,
incidindo sobre a literatura com pesquisas bibliográficas ou documentais e pautando-se
na discussão e teorização sobre o tema TTI, enquanto que oito (47%) são aplicados,
trazendo constatações práticas a partir de coleta de campo junto a sujeitos ou
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instituições e arrolando dados de ordem analítica e interpretativa. O gráfico abaixo
demonstra os percentuais:
Gráfico 3 – Enfoque das publicações sobre TTI
47%
52,9%
Teórico
Aplicado
Fonte: Elaborado pelos autores (2019).
Assim, apesar de repartição bastante equilibrada, demonstra-se que as pesquisas
em tratamento temático, publicadas na modalidade de artigo científico, trazem em sua
maioria uma faceta mais conceitual, de princípios opinativos, discussão e exploração de
ideias. Mais uma vez, esse cenário reitera a preocupação com a elaboração de estudos
capazes de explorar, lançar hipóteses e tecer considerações iniciais nesse assunto com
forte carga subjetiva (DIAS; NAVES, 2013).
Entretanto, pelas dimensões envolvidas nessa subárea fundamental da
organização e representação do conhecimento (TARTAROTTI; DAL’EVEDOVE; FUJITA,
2015), é importante que haja mais investigações, tanto de ordem teórica quanto
aplicada. Inclusive porque isso representará um crescimento para o TTI e também para
a OC.
6 CONCLUSÃO
A investigação buscou analisar as abordagens e enfoques das pesquisas
desenvolvidas sobre tratamento temático da informação e publicadas na modalidade de
artigo científico. Constatou-se que as produções científicas versam, em sua maioria,
sobre o TTI em si e em um enfoque teórico.
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Nesse sentido, o pressuposto segundo o qual os estudos no tema orientam-se por
uma ênfase teórica detida especificamente às discussões sobre o TTI, sem muita ênfase
nos instrumentos, processos e produtos que o representam, foi confirmado. Questão que
acaba por demonstrar a preocupação com a solidificação do tratamento temático para
depois partir à exploração das ferramentas, atividades e objetos resultantes.
A evidência do tema em muitos dos trabalhos surgia no tulo. Em outros, a
constatação foi possível a partir de uma análise mais detida ao resumo e à introdução.
Essa referência ao assunto tratamento temático antes mesmo que se chegue ao texto é
positiva porque expressa a preocupação de realçá-lo, demonstrando que está ali, ainda
que não seja o principal foco do autor.
Estudos futuros podem se dedicar ao aprofundamento sobre as outras instâncias
das produções sobre tratamento temático da informação. Atores que têm alavancado as
discussões, por exemplo, assim como correntes priorizadas naquelas que se estabelecem
sobre uma vertente mais conceitual. Além disso, é possível um maior aprofundamento
acerca do vínculo entre o TTI e a área que o agrega, possibilitando enaltecer a
organização do conhecimento a partir de seu elo teorizante, tão válido quanto o
aplicado.
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