Graffiti

um desafio ao discurso patrimonial

Autores

  • Igor Soares Amorim Universidade do Estado de Santa Catarina https://orcid.org/0000-0003-2606-6000
  • Renata Cardozo Padilha Universidade Federal de Santa Catarina
  • Thaina Castro Costa Figueiredo Lopes

DOI:

https://doi.org/10.36517/2525-3468.ip.v7i00.2022.81118.1-20

Palavras-chave:

Graffiti, Patrimônio, Memória, Patrimônio Imaterial, Organização do Conhecimento

Resumo

O graffiti trata-se de uma manifestação cultural que se estabelece no século XX como forma de expressão de grupos marginalizados nos meios urbanos. O processo de patrimonialização, refere-se ao meio institucional de legitimação das memórias de grupos delimitados pelo tempo e espaço. Neste texto, procura-se reconhecer as potencialidades do graffiti enquanto bem patrimonial. Para tanto, utiliza-se de revisão bibliográfica, com o intuito de definir as noções de graffiti, patrimônio e memória. Ressalta-se que os procedimentos técnicos da patrimonialização não neutralizam as políticas de seleção de seus bens requerentes, esses definidos a partir de uma disputa de poder. Em suma, o graffiti corresponde à expressão de valores marginalizados da cidade e sua preservação, enquanto discurso patrimonial, é possível a partir da criação de normativas que consideram manifestações culturais como patrimônio imaterial relevante à memória local e nacional.

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Biografia do Autor

Igor Soares Amorim, Universidade do Estado de Santa Catarina

Formado em Ciências da Informação, Documentação e Biblioteconomia pela Universidade de São Paulo. Mestre e Doutor em Ciência da Informação pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Foi professor substituto do departamento de Ciência da Informação (UFSC), onde atuou nas graduações de Administração, Arquivologia e Biblioteconomia. Atualmente é professor substituto do curso de Biblioteconomia na Universidade do Estado de Santa Catarina. É professor no curso de Biblioteconomia EaD da Universidade Federal de Rio Grande. Compõe o grupo de pesquisa Representação e Organização do Conhecimento (ROC/UFSC). Integra o Conselho Regional de Biblioteconomia 14° região. Tem como principais temas de pesquisa a organização e representação do conhecimento, tratamento da informação, epistemologia da biblioteconomia e da ciência da informação, fundamentos históricos e teóricos da biblioteconomia e ciência da informação, filosofia da diferença e informação.

Renata Cardozo Padilha, Universidade Federal de Santa Catarina

doutora em Ciência da Informação pela Universidade Federal de Santa Catarina e professora de Museologia pela Universidade Federal de Santa Catarina

Thaina Castro Costa Figueiredo Lopes

doutora em História pela Universidade Federal de Juiz de Fora e professora de Museologia pela Universidade Federal de Santa Catarina

Referências

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Publicado

2022-12-30

Como Citar

AMORIM, Igor Soares; PADILHA, Renata Cardozo; LOPES, Thaina Castro Costa Figueiredo. Graffiti: um desafio ao discurso patrimonial. Informação em Pauta, [S. l.], v. 7, n. 00, p. 1–20, 2022. DOI: 10.36517/2525-3468.ip.v7i00.2022.81118.1-20. Disponível em: http://www.periodicos.ufc.br/informacaoempauta/article/view/81118. Acesso em: 19 abr. 2024.