A CENTRALIDADE DO TRABALHO NO FENÓMENO DOS SEM-ABRIGO

Autores

  • João Aldeia

DOI:

https://doi.org/10.29148/labor.v1i11.6620

Resumo

Os indivíduos sem-abrigo são frequentemente rotulados como «preguiçosos e amorais», apoiando-se esta classificação na sua suposta rejeição do trabalho. A empiria desmente esta representação, mostrando que o trabalho é uma relação desejada por quem vive na rua e, sobretudo, que funciona como um mecanismo de construção identitária positiva que permite um afastamento relativo dos rótulos de «preguiça e amoralidade». É observável, porém, em alguns indivíduos sem-abrigo, uma efectiva rejeição de um tipo de trabalho concreto, mal remunerado, temporário e estatutariamente desvalorizado. É fundamental, contudo, distinguir entre a representação espúria de uma rejeição do trabalho em geral e estas ocorrências de rejeição deste tipo particular de trabalho, que, por experiência própria, quem vive na rua sabe que não lhe permitirá aumentar o seu bem-estar. Com propósito ilustrativo, a discussão é ancorada, no final do texto, na relação longitudinal de um indivíduo sem-abrigo com o trabalho, interpretada com exemplar do fenómeno dos sem-abrigo.

Biografia do Autor

João Aldeia

Doutorando em Sociologia pela Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra. Bolseiro de doutoramento financiado pela Fundação para a Ciência e para a Tecnologia, com o acolhimento do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra.

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Publicado

2017-03-16

Como Citar

ALDEIA, João. A CENTRALIDADE DO TRABALHO NO FENÓMENO DOS SEM-ABRIGO. Revista Labor, [S. l.], v. 1, n. 11, p. 20–39, 2017. DOI: 10.29148/labor.v1i11.6620. Disponível em: http://www.periodicos.ufc.br/labor/article/view/6620. Acesso em: 12 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigos