Regressão Democrática na América Latina: do ciclo político progressista e ao ciclo político neoliberal e autoritário

Autores

  • Josué Medeiros professor do departamento de ciência política da UFRJ

Palavras-chave:

democracia, ciclo político, América Latina

Resumo

O presente artigo tem como objetivo analisar o quadro político da América Latina a partir de noção de ciclo político. Entende-se que, desde 2015, o continente vive um noco ciclo político neoliberal e antidemocrático, em substituição ao ciclo político progressista (Soares Lima: 2008) que marcou a região desde o final do século XX. Trata-se, com o conceito de ciclo político, de inserir o conjunto de quedas presidenciais recentes - Zelaya, Honduras, em 2009, Lugo, Paraguai, 2012 e Rousseff, Brasil, 2016 – em processo político mais amplo de avanço do neoliberalismo e das forças oligárquicas, no qual podemos listar a vitória de Macri na Argentina em 2015, a derrota, em 2016, de Evo Morales no plebiscito sobre uma nova reeleição, uma possível vitória de Pinera no Chile nas eleições presidenciais de dezembro de 2017 e, por último mas não menos importante, a persistente e profunda crise política e social na Venezuela. Tal processo mais amplo deve contemplar, portanto, dinâmicas conjunturais com tendências mais permanentes, e é com essa dialética que o presente artigo buscará, primeiro, definir o que é um ciclo político, para em seguida, aprofundar as caraterísticas do novo ciclo político, em especial o seu caráter de redução do alcance da democracia representativa, nos termos em que alguns autores (Wanderley Guilherme dos Santos, Luís Felipe Miguel, José Maurício Domingues) estão apresentando para o Brasil. 

 

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Publicado

2018-02-28

Como Citar

Medeiros, J. (2018). Regressão Democrática na América Latina: do ciclo político progressista e ao ciclo político neoliberal e autoritário. Revista De Ciências Sociais, 49(1_Mar/Jun), 98–133. Recuperado de http://www.periodicos.ufc.br/revcienso/article/view/19358