O Capital Mercantil Estrangeiro no Brasil do Seculo XIX

a atuação da Casa Boris Frères no Ceará

Autores

  • Denise Monteiro Takeya PUC-SP

Resumo

Este artigo tem por origem uma tese de doutorado, apresentada à Universidade de Sao Paulo, em 1992, sob o titulo "Europa, França e Ceará: a expansão comercial francesa no Brasil e as casas comerciais". Nele analisamos, especialmente, a atividade da Casa Boris Freres durante a sua primeira década de existência no Brasil - os anos de 1870. As relações que estabeleceu indicam o papel que desempenhou na articulação de uma economia primário-exportadora às correntes do comércio internacional e revelam os caminhos de sua conquista da hegemonia no mercado cearense.* No decorrer do século XIX, sobretudo de 1850 até o seu final, a França ocupou uma posição privilegiada nas relações comerciais externas brasileiras: o segundo país no movimento de importação e exportação de mercadorias no Brasil, logo em seguida à Inglaterra. A origem dessa posição privilegiada encontra-se no crescimento econômico ocorrido nesse país no chamado 2° Império, caracterizado especialmente por um impulso industrial que passou a exigir mercados cada vez mais amplos. A expansão comercial francesa para o Brasil. na segunda metade do século XIX, daí oriunda, constituiu parte integrante da Divisão Internacional do Trabalho que então se estruturava. Nesse processo as casas comerciais importadoras-exportadoras. pertencentes a "comissários em mercadorias" na França, atuando no ramo atacadista e apoiadas numa estrutura que implicava a existê ncia de uma matriz francesa e uma filial no Brasil, tiveram uma importância fundamental ao viabilizarem essa expansão, materializando-a. 

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Publicado

2020-01-20

Como Citar

Takeya, D. M. . (2020). O Capital Mercantil Estrangeiro no Brasil do Seculo XIX : a atuação da Casa Boris Frères no Ceará. Revista De Ciências Sociais, 25(1/2), 111 a 145. Recuperado de http://www.periodicos.ufc.br/revcienso/article/view/43275