Herdeiros da violência

rotas juvenis atemporais

Autores

  • Camila Holanda Marinho UECE

DOI:

https://doi.org/10.36517/rcs.52.3.a04

Palavras-chave:

Juventudes, Homicídios, Experiência, Trajetórias, Reconhecimento

Resumo

Esse artigo analisa trajetórias juvenis marcadas por situações de violência que são expressadas em sua forma mais cruel: os homicídios de jovens. Para tanto, os personagens centrais dessa pesquisa são os jovens que são filhos de jovens vítimas de homicídios. Tratam-se de reflexões sobre rotas juvenis atemporais, pois a morte e o luto são experiências cotidianas que atravessam gerações, marcando as periferias das cidades brasileiras, através de suas dores e de sentimentos de perdas de pessoas que compunham seus ciclos de afetos. Portanto, são memórias afetivas de jovens que, por conviverem pouco com seus pais falecidos, podem, por um lado, ser marcadas pela saudade ou por sofrimentos, e por outro lado, memórias atravessadas por esquecimentos e indiferenças, demarcando, assim, a singularidade das travessias juvenis.

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Publicado

2021-11-01

Como Citar

Holanda Marinho, C. (2021). Herdeiros da violência: rotas juvenis atemporais. Revista De Ciências Sociais, 52(3), 237–275. https://doi.org/10.36517/rcs.52.3.a04