Justiça e democracia: personalismo, participação política e poder judiciário no Brasil

Autores

Palavras-chave:

Judiciario, Democracia, Política

Resumo

A expansão dos estudos sobre o poder judiciário no âmbito das ciências sociais e, em particular, da ciência politica, aponta para os efeitos da supremacia de um poder contra majoritário sobre os demais poderes símbolos da soberania popular. Tendo como objetivo ampliar a discussão sobre o papel do judiciário nas democracias contemporâneas, o artigo procura mostrar que além das questões relativas a politização do judiciário expressamente analisadas pelos estudos sobre a judicialização da política e do ativismo judicial, cresce no Brasil um outro fenômeno ainda pouco estudado: o personalismo e a participação do poder judiciário na vida política do País.

Biografia do Autor

Marilde Loiola de Menezes, Universidade de Brasília

Doutora em Sociologia pela École des Hautes Études en Sciences Sociales, Paris, França. Pós-doutorado em Teoria e Filosofia da História, Centre Louis-Gernet de Recherches Comparées sur les Sociétés Anciennes (CLGRCSA), EHESS, Paris, França. Pesquisadora Convidada pelo CERI-Sciences-Po, Paris. Professora Associada do Instituto de Ciência Política, Universidade de Brasília, tendo interesse na área de teoria política com ênfase nos seguintes temas: poder judiciário, cidadania.

Referências

ARANTES, Rogério Bastos. “Judiciário: entre a Justiça e a Política” in: Lucia Avelar; Antônio Octávio Cintra. (Orgs). Sistema Político Brasileiro: uma introdução. Rio de Janeiro; São Paulo: F Konrad Adenauer; Editora UNESP, 2015. pp. 79-103

BOURDIEU, Pierre. Raisons Pratiques – sur la théorie de l’action. Éditions du Seuil, 1994.

CARVALHO, José Murilo de. Mandonismo, coronelismo, clientelismo: uma discussão conceitual. In: Dados, Rio de Janeiro, vol. 40, 2, 1997.

CARVALHO, José Murilo de. A construção da ordem: a elite política imperial. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, Relume Dumará, 1996.

GREEN, Craig. An Intellectual history of judicial activism. Emory Law Journal, vol.58, nº5, 2009.

HABERMAS, Jurgen. Direito e Democracia – Entre facticidade e validade. Vol. II. Rio de Janeiro: Editora Tempo Brasileiro, 1997, p. 310.

HOLANDA, Buarque Sérgio. Raízes do Brasil. Rio de Janeiro: José Olímpio, 1991.

KMIEC, Keenan D. The Origin and Current Meanings of Judicial Activism. California Law Review, volume 92, Issue 5, Article 4, October 2004, pp.1447

KOERNER, Andrei. Ativismo Judicial? Jurisprudência constitucional e política no STF pós-88. São Paulo: Novos Estudos CEBRAP,96, julho 2013 p.85

MONTESQUIEU, O Espírito das Leis. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

RAWLS, John. Justiça e Democracia. São Paulo: Editora Martins Fontes, 2000a.

RAWLS, John. Uma teoria da justiça. São Paulo: Editora Martins Fontes, 2000b.

ROSANVALLON, Pierre. La société des égaux. Editions du Seuil, 2011.

ROSANVALLON, Pierre. La légitimité démocratique – imparcialité, réflexivité, proximité. Èditions du Seuil, 2008

RIBEIRO, Renato Janine. Entrevista. In: CORDEIRO, L.; COUTO, J. G. (Orgs.). Quatro autores em busca do Brasil. Rio de Janeiro: Rocco, 2000.

SANTOS, Boaventura de Souza; MARQUES, Maria Manuel L. PEDROSO, João. Os Tribunais nas Sociedades contemporâneas. Coimbra: Oficina do CES – Centro de Estudos Sociais, nº65, novembro 1995, p. 11.

TATE, C.N; VALLINDER, T. (Orgs). The Global expansion of judicial power. Nova York: Nova York University Press, 1995.

WERNECK, Vianna. A judicialização da política e das relações sociais no Brasil. Rio de Janeiro, Editora Revan, 1999(a), p. 149

WERNECK, Vianna; BAUMANN, Marcelo Burgos; SALLES, Paula Martins. Dezessete anos de judicialização da política. São Paulo: Tempo Social, vol.19, nº2, nov.2007(b)

Downloads

Publicado

2019-07-01

Como Citar

Loiola de Menezes, M. (2019). Justiça e democracia: personalismo, participação política e poder judiciário no Brasil. Revista De Ciências Sociais, 50(2), 329–357. Recuperado de http://www.periodicos.ufc.br/revcienso/article/view/39838