O Imaginário como algo Inimaginável. A sociologia rez de chaussée de Roger Bastide

Autores

  • Dora Vianna Vasconcellos Universidade Federal do Rio de Janeiro

Palavras-chave:

Sociologia, Imaginário, Roger Bastide

Resumo

O artigo dedicado a Roger Bastide pretende, a partir das noções de imaginário e inconsciente usadas pelo autor, identificar o que seria um possível viés no seu pensamento. É que, apesar de ter tentado identificar o que seria a decantação da África em meio a trama sincrética cultural brasileira, Bastide não testemunhou existir uma auto-representação independente para a camada subordinada. É o que se depreende de seus estudos sobre o lirismo dos poetas negros no Brasil. Não haveria traços africanos na poesia. Essa constatação revela o que teria sido uma possível filiação do autor à tradição durkheimiana em função de uma leitura demasiadamente sociológica das noções de imaginário e inconsciente e de uma concordância com a ensaística de Gilberto Freyre

Biografia do Autor

Dora Vianna Vasconcellos, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Formada em ciências sociais (2006) pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), mestre (2009) e doutora (2014) pelo Programa de Pós-Graduação de Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade da CPDA/UFRRJ(Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro)

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Publicado

2018-02-28

Como Citar

Vasconcellos, D. V. (2018). O Imaginário como algo Inimaginável. A sociologia rez de chaussée de Roger Bastide. Revista De Ciências Sociais, 49(1_Mar/Jun), 426–455. Recuperado de http://www.periodicos.ufc.br/revcienso/article/view/30797