Visibilidades e Invisibilidades Urbanas

Autores

  • Ricardo Campos

Palavras-chave:

Cultura Visual, Visibilidade, Cidade, Graffiti, Arte Urbana

Resumo

A questão da imagem e da visibilidade em meio urbano tem sido tratada por div ersos autores. Na verdade, a visibilidade é uma questão maior quando pensamos na cidade. Esta questão é particularmente evidente numa sociedade
que muitos têm defi nido como ocularcêntrica, imersa em imagens e tecnologias visuais. O território urbano não foge a esta condição. O ecossistema comunicacional citadino é marcado por uma profusão de mensagens de diversa
ordem, dos outdoors aos cartazes publicitários e políticos, às vitrines de lojas, passando pelo pixo e graffi ti. Quando pensamos em fenómenos como o graffiti ou arte urbana é importante considerar como este fenómeno se enquadra na cultura visual urbana e como se articula com outros processos e circuitos de comunicação. Neste artigo pretendo, precisamente, reflectir sobre estas questões a partir da condição da (in)visibilidade na cidade.

Biografia do Autor

Ricardo Campos

Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais (CICS). Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH) da Universidade Nova de Lisboa (UNL).

Referências

BALANDIER, Georges. O poder em cena. Coimbra: Minerva, 1999.

BAUDRILLARD, Jean. A sociedade de consumo. Lisboa: Edições 70, 1995.

BECKER, Howard. Outsiders: Studies in the sociology of deviance. New

York: The Free Press, 1963.

BENJAMIN, Walter. Paris, Capital do Século XX, in FORTUNA, C.

(org.). Cidade, cultura e globalização. Oeiras: Celta [1935]1997, p. 67-83.

BRIGHENTI, Andrea Mubi. Visibility: a category for the social sciences.

Current Sociology, 55 (3), p. 323-342, 2007.

BRIGHENTI, Andrea Mubi (org). The wall and the city / Le mur et la

ville / Il muro e la città. Trento, professionaldreamers, 2009.

BRIGHENTI, Andrea Mubi. Visibility in social theory and social research.

Basingstoke: Palgrave Macmillan, 2010.

CAMPOS , Ricardo. Towards a dualistic approach of the urban visual culture:

between the sacred and the profane, in: SARMENTO, C. e CAMPOS, R.

(org.). Popular and visual culture. Design, circulation and consumption.

Newcastle-upon-Tyne: Cambridge Scholars Publishing, 2014, p. 3-20.

CAMPOS , Ricardo. A estetização da transgressão no âmbito da cultura

visual e popular urbana, in SARMENTO, C. (org.). Entre centros e margens:

textos e práticas das novas interculturas. Porto: Afrontamento,

, p. 151-164.

CAMPOS, Ricardo. Por que pintamos a cidade? Uma abordagem etnográfi

ca ao graffi ti urbano. Lisboa: Fim de Século, 2010.

CAMPOS, Ricardo. All City: graffiti europeu como modo de comunicação

e transgressão no espaço urbano. Revista de Antropologia, 52 (1),

p. 11-47, 2009a.

CAMPOS, Ricardo. Entre as luzes e as sombras da cidade. Visibilidade

e invisibilidade no graffiti. Etnográfica, vol. 13 (1), p. 145-170, 2009b.

CAMPOS, R; BRIGHENTI, A. e SPINELLI, L. (org.). Uma cidade de

imagens. Produção e consumo visual na cidade. Lisboa: Mundos Sociais,

CAMPOS, Ricardo e SIMÕES, José. Participação e inclusão digital nas

margens: uma abordagem exploratória das práticas culturais de jovens

afro-descendentes. O caso do rap negro. Media & Jornalismo, nº 19,

p. 117-133, 2011.

CAMPOS, Ricardo e SIMÕES, José. Digital participation at the margins:

online circuits of rap music by Portuguese Afro-descendant youth, Young:

Nordic Journal of Youth Research, p. 87-106, 2014.

CAMPOS, Ricardo e VAZ, Cláudia. O rap e o graffi ti como dispositivos

de refl exão identitária de jovens afrodescendentes em Portugal. Sociedade

e Cultura, vol. 16, nº 1, p. 127-139, 2014.

CANEVACCI, Massimo. A cidade polifónica. Ensaio sobre a antropologia

da comunicação urbana. São Paulo: Studio Nobel, 1997.

CERTEAU, Michel de. The practice of everyday life. Berkeley, Los

Angeles, Londres: University of California Press, 1984.

CLASSEN, Constance. Fundamentos de una antropología de los sentidos.

Revista Internacional de Ciencias Sociales, p. 153, 1997. Disponível

em: . Acesso em 20 de

maio de 2003.

CLASSEN, Constance. McLuhan in the rainforest: the sensory worlds

of oral cultures, in HOWES, D. (org.). Empire of the senses. The sensual

culture reader. Oxford: Berg, 2005, p. 147-163.

DOUGLAS, Mary. Pureza e perigo. Lisboa: Edições 70, 1991.

EWEN, Stuart. All consuming images. The politics of style in contemporary

culture. Nova Iorque: Basic Books, 1988.

FEATHERSTONE, Mike. Consumer culture and postmodernism. Londres,

Newbury Park e Nova Deli: Sage Publications, 1991.

FEATHERSTONE, Mike. Postmodernism and the aestheticization of

everyday life, in LASH, S. e FRIEDMAN, J. (orgs.). Modernity and

identity. Oxford e Cambridge: Blackwell Publishing, 1998, p. 265-290.

FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir. Nascimento da prisão. Petrópolis-

-RJ: Vozes, 1975.

GOFFMAN, Erving. A representação do Eu na vida cotidiana. Petrópolis-

RJ: Vozes, 1999.

GRÁCIO, Sérgio et al.. A construção social da exclusão: estudo de duas

subculturas juvenis em contexto urbano. Relatório. Lisboa: FCSH-UNL/

CEOS, policopiado, 2000.

GRÁCIO, Sérgio et al. Culturas juvenis em espaços de exclusão: jovens

anarquistas e movimento Okupa. Relatório. Lisboa: FCSH-UNL / CEOS,

Projecto fi nanciado pelo Programa PRAXIS XXI, policopiado, s/d.

HALL, Stuart e JEFFERSON, Tony (org.). Resistance through rituals.

London: Hutchinson, 1976.

HEBDIGE, Dick. Subculture: The meaning of style. Londres: Methuen,

HOWES, David. Introduction: empire of the senses, in HOWES, D.

(org.). Empire of the Senses. The sensual culture reader. Oxford: Berg,

, p. 1-20.

HUMPHREYS, Laud. The sociologist as voyeur, in GELDER, K. e

THORNTON, S. (org.). The subcultures reader. London: Routledge,

, p. 231-244.

IRVINE, Martin. Work on the Street: Street Art and Visual Culture, in

SANDYWELL, Barry e HEYWOOD, Ian (org.). The handbook of visual

culture. London: Berg; Palgrave Macmillan, 2012, p. 234-278.

JAMESON, Fredric. A cultura do dinheiro. Ensaios sobre a globalização.

Petrópolis-RJ: Editora Vozes, 2001.

JENKS, Chris. The centrality of the eye in western culture: an introduction,

in JENKS, C. (org.). Visual culture. Londres e Nova Iorque: Routledge,

, p. 1-25.

KRASE, Jerome. Visualizing ethnic vernacular landscapes, in KRASE, J. e

Hutchison, R. (org.) Race and ethnicity in New York City (Research in urban

sociology, volume 7). Emerald Group Publishing Limited, 2004, p.1-24.

LE BRETON, David. Adeus ao corpo: Antropologia e sociedade. São

Paulo: Papirus, 2003.

LEY, D. and CYBRIWSKY, R. Urban graffi ti as territorial markers, Annals

of the Association of American Geographers, 64 (4), p. 491-505, 1974.

MIRZOEFF, Nicholas. An introduction to visual culture. London and

New York: Routledge, 1999.

ROBINS, Kevin. Into the image. London & New York: Routledge, 1996.

SANTAELLA, Lúcia. Corpo e comunicação. Sintoma da Cultura. São

Paulo: Paulus, 2004.

SIMMEL, G. A metrópole e a vida do espírito, in FORTUNA, C. (org.).

Cidade, cultura e globalização. Oeiras: Celta [1903]1997, p. 45-65.

SIMÕES, José e NUNES, Pedro e CAMPOS, Ricardo. Entre subculturas

e neotribos: propostas de análise dos circuitos culturais juvenis. O caso

da música rap e do Hip hop em Portugal, Fórum Sociológico, nº 13/14

(2ª série), p. 171-189, 2006.

SYNNOTT, Anthony. The eye and I: a sociology of sight. Internationl

Journal of Politics, Culture and Society, V (4), p. 617-636, 1992.

WIRTH, Louis. O urbanismo como modo de vida, in FORTUNA, C.

(org.), Cidade, cultura e globalização. Oeiras: Celta [1938] 1997, p. 45-65.

ZOETTL, Peter Anton. Ver e ser visto. O poder do olhar e o olhar de

volta. Revista Sociologias, 15(34), p. 246-277, 2013.

Downloads

Publicado

2016-10-27

Como Citar

Campos, R. (2016). Visibilidades e Invisibilidades Urbanas. Revista De Ciências Sociais, 47(1), 49–76. Recuperado de http://www.periodicos.ufc.br/revcienso/article/view/5677