SOBRE A IRRUPÇÃO DO ACONTECIMENTO DISCURSIVO: O CASO DO DISCURSO DE RECUSA RADICAL AO COMPLEXO HIDRELÉTRICO DE BELO MONTE

Autores

  • Alessandro Galvão UFPA

Resumo

Este artigo examina a conjuntura sócio-histórica que propiciou a emergência de um discurso novo na ordem dos discursos sobre a gestão dos recursos naturais na Amazônia brasileira: o discurso de recusa radical ao Complexo Hidrelétrico de Belo Monte (CHBM). O acontecimento discursivo que permitiu a emergência e circulação desse discurso foi o gesto fundador da índia Tuíra, que tocou com seu facão a face do ex-diretor da Eletronorte José Antônio Muniz Lopes durante o I Encontro dos Povos Indígenas do Xingu em Altamira-Pará, em 1989.O discurso de Tuíra foi inscrito em uma conjuntura de conflito entre formações sociais distintas: a formação social indígena Kayapó, que tem uma relação conservadora com os recursos naturais, e a formação social capitalista, que tem uma relação predatória com os recursos naturais. O gesto de Tuíra foi um modo de manifestar a recusa dos indígenas à destruição do meio ambiente causada pelo projeto Belo Monte.

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Publicado

2024-08-09 — Atualizado em 2024-08-21

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Como Citar

ALESSANDRO GALVÃO. SOBRE A IRRUPÇÃO DO ACONTECIMENTO DISCURSIVO: O CASO DO DISCURSO DE RECUSA RADICAL AO COMPLEXO HIDRELÉTRICO DE BELO MONTE. Revista de Letras, [S. l.], v. 2, n. 42, 2024. Disponível em: http://www.periodicos.ufc.br/revletras/article/view/92276. Acesso em: 13 out. 2024.